Lagum encontra equilíbrio entre energia ao vivo e produção refinada em seu novo disco

Crédito: Breno Galtier

O novo disco As Cores, As Curvas e As Dores do Mundo, lançado pela Lagum, é um trabalho que transpira a essência de Belo Horizonte, cidade natal do grupo.

Gravado na Ilhota, estúdio da banda na capital mineira localizado no bairro Santa Tereza – berço cultural que já revelou nomes como Clube da Esquina e Sepultura – o álbum retrata a atual fase da banda, que voltou a ser independente e está mais conectada com o cotidiano.

Com todos os integrantes morando em BH, foi nesse contexto urbano e inspirado por vivências do dia a dia que a Lagum conseguiu traduzir em seu quinto disco de estúdio a energia explosiva dos palcos, onde eles passaram os últimos dois anos divulgando o álbum Depois do Fim.

O disco marcou um processo de transição da banda, já que foi o primeiro trabalho gravado sem a presença do saudoso baterista Breno Braga, mais conhecido como Tio Wilson.

Mais do que um retrato sonoro de uma fase, As Cores, As Curvas e As Dores do Mundo revela o amadurecimento do grupo mineiro. Lagum não quer mais apenas embalar histórias de amor, quer trazer reflexões e provocar identificação com o agora, com o que está além do like.

Em entrevista ao TMDQA!, o grupo compartilhou detalhes do processo criativo por trás do novo disco, celebrou a parceria com Céu e refletiu sobre os dez anos de estrada e o que ainda sonham em construir juntos.

Em tempo, a banda anunciou uma turnê que passará por todas as regiões do Brasil ao longo de 2025 e que também já tem datas confirmadas em 2026 em Berlim, Paris, Londres, Barcelona, Lisboa e mais.

Confira todas as datas ao final da matéria e, logo abaixo, veja o papo na íntegra e ouça o novo álbum da Lagum!

TMDQA! Entrevista Lagum

TMDQA!: Pra criar o último disco, “Depois do Fim”, vocês fizeram uma imersão, e pra “As Cores, As Curvas e as Dores do Mundo”, onde vocês estavam e qual foi o contexto por trás da criação das músicas desse disco?

Pedro: Eu acho que esse é o primeiro disco que a gente faz com todos morando em Belo Horizonte, com as suas vidas pessoais rodando ao mesmo tempo, sabe? A gente, no “Depois do Fim”, fez em Sousas, que fica perto de Campinas. A gente ficou morando junto numa fazendinha. E nesse agora, a gente fez dentro do nosso próprio estúdio, que fica aqui no bairro de Santa Tereza, em Belo Horizonte, que é um bairro que ferve cultura. Grandes nomes da música brasileira surgiram daqui, como Clube da Esquina, como Sepultura, até a Marina Sena já morou aqui em Santa Tereza. Então, é um bairro que é muito icônico por causa disso. E a gente, inserido aqui nesse bairro, sai diariamente das nossas casas e vive os nossos dias. Cada um faz seu esporte, cada um tem sua rotina, tem gente que chega mais cedo no estúdio, tem gente que chega mais tarde, e reuniões rolando a todo momento, né?

Agora a gente é uma banda independente novamente, então é um momento de muito movimento, desencontros e reencontros aqui nesse estúdio. E é muito massa, porque a gente passa por várias coisas assim, né? Tipo, sair de casa até chegar aqui é uma quantidade de estímulos que se tem na rua. Uns vêm de moto, outros de bicicleta, outros de carro. Então, acho que a gente foi muito inspirado pela cidade de Belo Horizonte especificamente, não só nas músicas, mas também na parte visual do disco, na capa do disco, nos visualizers que vão sair junto com as músicas também. Então, eu acho que ele é um álbum que transpira essa cidade aqui.

Jorge: E tem outro aspecto musical que é importante fazer esse paralelo com o “Depois do Fim”, porque o “Depois do Fim” acontece justamente pós-pandemia, pós a morte do tio [Wilson]. Então, é um momento que a gente não tinha shows, a gente não tinha alguém na bateria. E esse álbum, o “As Cores”, ele acontece justamente após dois anos de turnê do “Depois do Fim”. Então, são dois anos da gente pegando fogo no palco, ganhando entrosamento musical, explorando cada vez mais essa sonoridade de banda que a gente estava muito forte lá pra 2019 e 2020.

Então, eu acho que ele representa um resgate sonoro muito forte em dois aspectos: que é essa formação de banda e a questão da energia pra cima, sabe? Porque o nosso ao vivo sempre teve uma característica muito forte de ser muita energia, muito rock and roll, e as nossas músicas nas plataformas serem mais tranquilas. Então, eu acho que a gente conseguiu fazer uma junção desses dois universos, assim: da energia com a sonoridade de banda, com essa produção refinada que tem no streaming.

TMDQA!: O título me chamou atenção por ser um verso que está na música de abertura, “Eterno Agora”, e eu queria saber como vocês veem a conexão entre essa frase e a mensagem que o disco transmite como um todo? Ela resume algo que vocês querem dizer com o trabalho?

Pedro: Eu acho que decepando o gigante nome do álbum, eu acho que as cores estão muito ligadas aos diversos gêneros que a gente tentou explorar nesse disco. Os timbres, os climas, os sentimentos que cada música trazem ali. As curvas, eu diria que muitas delas são, tipo, os imprevistos. Você nunca sabe o que vai ter depois que a curva virar. Um pouco da adrenalina também e também um pouco da forma das coisas que são citadas. É um disco muito observador. Ele tem um ponto de vista contemplativo, então tem muito disso de analisar as coisas e as formas delas. E as dores como um ponto de conexão universal. É uma coisa que todo mundo sente, seja física, seja psicológica. E também o estado que a gente vive, que é de constante dor, tipo uma vontade insaciável, um desejo insaciável pelas coisas.

Muitas vezes a gente se sente sozinho também, procurando o nosso lugar no mundo. E eu acho que essa dor é muito agravada com as redes sociais, que estão cada vez mais trazendo comparação com outras pessoas. E você está sempre ali recebendo aqueles estímulos e aquilo vai te causando coisas. Eu acho que sempre que você sai de um momento de mexer nas redes sociais, você sai diferente, com um sentimento diferente. Nem sempre bom, né? Então, eu me proponho diariamente a não mexer tanto nas redes sociais como no início em que elas surgiram, sabe? Eu tenho percebido isso como uma coisa maléfica. A gente aqui entre nós sempre fala sobre isso e sempre tenta experimentar isso.

E eu acho que quando você começa a tirar um pouco a sua atenção das coisas que estão na tela e trazer sua atenção pro mundo real, você começa a se deparar com muitos estímulos também, com muitas cores, muitas formas e curvas, e sons e cheiros, só que do mundo real. Então, a gente tentou trazer justamente esse título pra abraçar isso tudo. Um título grande, mas que também quer dizer grandes coisas pra nós e relembrar também a importância de estar presente no agora, né. Tem uma frase que, como diria o Zani, é a mais impactante do disco, que é uma frase de “Vagarosa Manhã” que diz: “A força do pra sempre tá no agora”. E tem um “pra sempre” gigantesco aqui, se você parar pra prestar atenção em cada coisinha que está acontecendo agora.

TMDQA!: Eu queria saber se quando vocês disponibilizaram aquele trecho meio acústico de “As Desvantagens de Amar Alguém Que Mora Longe”, antes de fazer uma pausa do Instagram vocês já sabiam que o disco teria outras músicas relacionadas a esse tema? E em que momento do disco vocês estavam quando publicaram aquele vídeo?

Chico: Naquela época, a gente estava logo após a nossa turnê europeia. A gente estava lá na Europa, tinha acabado de finalizar ela. As músicas já estavam prontas. E aí, com esse álbum, a gente teve até uma dificuldade, que a gente ficou trocando muita ideia entre a gente. Porque ele é um álbum que, como você viu, tem várias músicas ali que têm potencial de single, que é aquela música que, normalmente, os artistas colocam uma ênfase pra puxar ali o álbum, apesar da gente estar trabalhando esse álbum uniformemente. Mas aí a gente viu a conexão, porque a gente estava na Europa, e o título da música é “Desvantagens de Amar Alguém Que Mora Longe”. E aí conseguimos criar essa conexão.
A gente estava longe de casa, longe dos nossos familiares, longe de quem a gente ama, e é uma música que traz justamente essa perspectiva.

Então, ali naquele momento, a gente estava na Irlanda, logo depois de passar por todas as cidades. A gente estava tirando um tempo pra gente, que era um tempo justamente pra emergir e falar sobre o álbum, e decidir várias coisas que a gente estava precisando decidir, tanto como nome… enfim, foi um momento muito importante relacionado a esse álbum. E a gente teve a ideia de chegar lá e gravar esse vídeo, que é um ambiente totalmente diferente, um lugar massa ali. E foi muito legal o dia da gravação, estava frio pra caramba, eu acho que até resultou numa gripezinha de um dia ali, mas o resultado foi surpreendente e a gente gostou demais. E a gente se propôs também a apresentar uma coisa nova, que foi aquele formato com duas imagens divididas em uma tela. Uma estética que a gente vem curtindo muito nos últimos tempos.

TMDQA!: Ouvindo o disco, eu senti que ele começa ali com uma pegada que é muita característica do som de vocês, com destaque pro violão, um ritmo mais tranquilo, e na quarta música, “Quem Desligou o Som?”, vocês fazem uma virada, resgatando um pouco da experimentação sonora que vocês apresentaram em “Depois do Fim”. Como foi o processo de construção sonora deste disco? O que vocês decidiram manter da fase anterior e quais foram as novidades que vocês escolheram apresentar nesse disco?

Zani: Eu acho que o grande lance desse disco, que a gente fala muito, é trazer um equilíbrio entre o que a gente faz ao vivo e o que a gente faz no digital. E é um disco também que se difere muito do “Depois do Fim” pela maneira que ele foi feito. A gente, em “Depois do Fim”, a gente tava numa zona rural, fazendo um disco numa imersão, a gente tinha acabado de perder nosso batera ali, a gente tava em outra fase, e agora com esse disco, eu acho que a gente quis trazer muito desse som, dessa pegada orgânica, dessa humanização do som mesmo, de ter gente tocando as coisas, e eu acho que com isso a gente conseguiu equilibrar bem o que a gente vê no ao vivo da Lagum com o que a gente vê no digital da Lagum.

E aí eu acho que traz essa potência, esse solar. Durante a produção desse disco, a gente tava fazendo o repertório, o que a gente gostaria que entrasse pra esse disco, que tipo de música, e qualquer música triste o Pedrinho já falava assim, “ah não, não, essa não, essa não”, saca? Então eu acho que foi uma coisa bem consciente, a gente escolher esse repertório, essa pegada pra cada música. E eu acho que quanto mais a gente vai evoluindo com carreira, a gente vai aprendendo as coisas, várias coisas que a gente experimentou de “Depois do Fim”, a gente trouxe, a gente trouxe o produtor de “Coisas da Geração” pra esse álbum, então é uma coisa que vai crescendo mesmo, sabe?

TMDQA!: O disco transita entre letras mais românticas e reflexões sobre o mundo moderno. Qual é o desafio de equilibrar esses temas e ao mesmo tempo entregar um trabalho coeso, que mostra uma certa conexão entre as músicas?

Pedro: Cara, que engraçado, tem muita gente falando que é um disco romântico, e eu não sinto isso. Eu acho que ele tem grandes canções ali, tipo “A Cidade”, “As Desvantagens” e tal, mas na minha cabeça não era isso, que engraçado. Não era isso que eu queria causar.

TMDQA!: Sério? Eu até cheguei a comentar com uma amiga que namora à distância que ela podia se identificar com algumas músicas do disco [risos].

Pedro: Pois é, eu acho que essa música, ela é um grande buraco negro ali, né? Ela é grande assim, e ela faz parecer que tudo é sobre ela, talvez seja isso. Esqueci a pergunta.

TMDQA!: Tudo bem! Era sobre os desafios de equilibrar essas temáticas no disco.

Pedro: Bom, a gente fez uma… foi difícil fazer a ordem, né? O Zani já tinha essa ordem há uns seis meses, e a gente ficava tentando mudar e tal, tipo: bota essa, bota aquela, bota não sei o quê… e, no fim, ficou a ordem do Zani mesmo. E eu acho que a ordem dele é muito interessante, porque ela começa com Eterno Agora e vai pra “Dançando no Escuro”, que não são músicas românticas. E aí a gente entra em “A Cidade”, que é uma música romântica. E aí eu gosto de ver isso, que é tipo assim: duas não românticas, uma romântica; duas não românticas, uma romântica. E eu acho que a gente tem essa preocupação, né? De tipo: vamos trazer diferentes temas aqui, né?

Por exemplo, “Eterno Agora”, eu acho que… eu acho não, ela é uma conversa com Deus, assim, né? Por mais que fale “andei pensando em nós” e etc, no fim das contas, no todo, num olhar macro, ela traz um questionamento sobre… sobre o todo. Será que eu vou ter tudo que eu quero? Será que o tempo que eu tenho aqui é necessário? E, ao mesmo tempo, esse olhar pra essas cores, curvas e dores do mundo, e falar assim: “caramba, velho, esse todo aqui que é a parada que eu tenho que estar ligado”. E “Dançando no Escuro” já é mais uma resiliência ali, de estar sozinho, mas se sentindo completo, né? E temas como “Quem Desligou o Som?”, também, que é uma coisa muito diferente, que é meio que a decadência de uma noite de farra, sabe? São assuntos que a gente não tinha trazido antes. E eu acho que isso faz parte da novidade, como você estava falando, que a gente trouxe de novo. Eu acho que, além de musicalmente, timbres, instrumentos, a gente trouxe temas novos também. E eu acho que o Lagum clássico tá muito nessas canções de amor. Não só o Lagum clássico, como o clássico das grandes bandas, o pop clássico é sobre amor, né? E foi difícil equilibrar, mas eu acho que deu.

TMDQA!: O disco apresenta uma parceria com Céu, em “Tô de Olho”, e eu achei que teve uma sintonia muito grande entre vocês. E senti que vocês exploraram um pouco do sound system também, algo novo no som de vocês. Como surgiu essa parceria?

Pedro: A Céu é uma grande referência pra gente, né? Principalmente, eu gosto muito do primeiro disco dela, que é um disco que ela combina bastante, assim, uma malemolência de reggae com violão de nylon, com dub, aquela coisa de os delayzinhos espertos na hora certa. E, quando a gente tava produzindo essa música, a gente achou que remeteu um pouco, assim, a essa sonoridade dela. Então a gente fez o convite pra ela participar. A gente não tinha uma relação íntima, a gente nunca tinha nem se cruzado, apesar dela fazer bastante parte do nosso catálogo de referências, né? Então a gente convidou, e ela topou, e foi demais, assim, ter só ela, sabe, de participação no nosso disco. Eu acho que torna essa participação brilhante, assim. É uma das grandes feats da nossa carreira. E pô, estamos felizes demais. Estamos felizes demais de ter ela no disco.

TMDQA!: Ano passado vocês completaram 10 anos de banda. Refletindo um pouco sobre essa trajetória, como vocês enxergam a evolução da banda até aqui? E olhando pro futuro, o que vocês ainda sonham em conquistar como grupo?

Chico: Ah, eu acho que, assim, 10 anos é uma década, né? Passou num piscar de olhos. O Pedro até falou uma coisa engraçada, que quando você olha pro passado e você não destrincha ele, parece um papel amassado, que ele faz assim e passa rápido. Mas eu acho que foi um percurso muito interessante, assim. A gente chegou num momento com esse álbum agora, “As Cores, As Curvas, As Dores do Mundo”, que eu acho que ele traz um momento de banda que precisou de ter muito tempo pra gente conseguir alcançar, eu acho que como grupo e o momento que nós estamos. E foi refletido nele. Então, eu acho que reflete, assim, um momento nosso muito bacana. Acho que cruzou esses 10 anos. E é muito gratificante. Eu acho que é muita construção, né?

Lançamos vários álbuns, várias coisas e trabalhamos muito. Vejo dois lados: um lado de evolução profissional, um lado de evolução pessoal aqui de cada um, e um lado de evolução como grupo. Eu acho que, pro futuro, é continuar trabalhando isso, é continuar crescendo, continuar tendo motivação pra gente fazer os próximos trabalhos. Eu acho que é a principal coisa. Vejo os fãs também muito conectados com a gente nesse momento. Atrás do álbum, sabe? A gente tem soltado nossos conteúdos desde “Desvantagens”, do vídeo que você falou na internet, a galera tá ligadaça. Então eu acho que isso é uma grande motivação pro futuro.

Lançamos também o nosso primeiro show, o show de São Paulo no Espaço Unimed. Tivemos uma venda de ingressos absurda. Então são sinais que nossos fãs e o mundo tão dando pra gente, pra gente dar continuidade, ter motivação e cada vez crescer mais. É isso que eu acho que a gente vem fazendo e vivendo uma fase muito legal no conjunto, no grupo.

TMDQA!: Pra gente finalizar a entrevista, vou fazer algumas perguntas curtas e diretas e a ideia é que vocês respondam sem pensar muito, tá bom? Vamos lá! Qual é uma palavra que descreve o álbum “As Cores, As Curvas e as Dores do Mundo”?

Pedro: Mundo.
Zani: Veneno.
Chico: Sonoridade.
Jorge: Olhar.

TMDQA!: Qual é o seu álbum favorito de todos os tempos?

Jorge: “Demon Days” – Gorillaz.
Chico: “Rubber Soul” – Beatles.
Zani: Ah, vou falar, ninguém conhece, mas é o “Argus” do Wishbone Ash. É uma banda de rock velho.
Pedro: “On and On” – Jack Johnson.

TMDQA!: Um lugar que você gostaria de conhecer?

Pedro: Hokkaido, Japão.
Chico: É… Japão também.
Jorge: América do Sul com a banda.
Zani: Vou de Amazônia, porque eu nunca fui.

TMDQA!: Qual é a música do Lagum que você mais gosta de tocar ao vivo?

Chico: Chegou de Manso.
Jorge: Universo [de coisas que eu desconheço]
Zani: Festa Jovem.
Pedro: Universo [de coisas que eu desconheço]

TMDQA!: Uma banda ou um artista que você tem ouvido com frequência?

Jorge: Planet Hemp.
Pedro: Alex G.
Zani: Ana Mazzotti.
Chico: Twenty One Pilots.

TMDQA!: E pra acabar, você tem mais discos do que amigos?

Jorge: Sim.
Pedro: Com certeza, não.
Chico: Eu também não.
Zani: Sim.

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Lara Teixeira

Lagum encontra equilíbrio entre energia ao vivo e produção refinada em seu novo disco


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