A banda que Tom Morello considera o Rage Against the Machine da nova geração
Ícone do Rock político e guitarrista do Rage Against the Machine, Tom Morello voltou a usar sua voz para defender artistas que, assim como sua banda, não têm medo de se posicionar.
Em entrevista recente ao programa The Strombo Show (via NME), o músico foi direto ao ser questionado sobre quais nomes da nova geração estão ocupando o lugar do RATM, que está inativo há algum tempo.
Morello declarou:
[O Kneecap] está no topo da lista. Eles são claramente o Rage Against the Machine de agora. Tem eles, e depois há um abismo até o próximo.
O guitarrista ainda foi além, defendendo o grupo das críticas pelos protestos políticos durante suas performances:
O que eles estão fazendo na arte deles é algo que as pessoas provavelmente deveriam fazer mais na vida: realmente dizer a verdade ao poder. E, veja, o Kneecap não são terroristas. O que é terrorismo é, você sabe, 20 mil crianças palestinas mortas. Essa é a história. Não alguns rappers irlandeses que não gostam do que está acontecendo. Isso não deveria ser a história.
Kneecap
Formado por Mo Chara, Móglaí Bap e DJ Próvaí, o trio de rap de Belfast, na Irlanda do Norte, tem causado furor por onde passa. Suas letras afiadas e posicionamento político bem definido têm provocado reações intensas mundo afora, desde admiração dos fãs até a revolta de alguns políticos.
No último mês, o grupo se apresentou no Glastonbury, em um dos shows mais aguardados do festival. A expectativa, no entanto, foi interrompida pela decisão da BBC de cancelar a transmissão da performance horas antes de seu início. O motivo? O envolvimento do grupo em diversas polêmicas, incluindo críticas abertas ao líder do Partido Trabalhista britânico, Keir Starmer, e manifestações públicas de apoio ao povo palestino. Starmer, inclusive, chegou a pedir a remoção do Kneecap do line-up do festival.
As declarações da banda acabaram se tornando alvo de investigações criminais por parte da polícia britânica. Entre os episódios analisados estão a suposta exibição de uma bandeira do grupo islamita Hezbollah no palco, gritos de apoio a organizações consideradas terroristas e a frase “o único Tory bom é um Tory morto”. O grupo, por sua vez, nega qualquer incitação à violência e classifica os processos como parte de “um carnaval de distrações”.
Em declarações recentes à imprensa, Mo Chara defendeu o caráter satírico de suas falas:
Por que eu deveria me arrepender? Foi uma piada – a gente está interpretando personagens, é satírico, é uma porra de uma piada. E esse nem é o ponto. O ponto é que isso não foi um problema até a gente dizer ‘Free Palestine’ no Coachella. Essas coisas aconteceram há 18 meses, e ninguém sequer piscou.
Mesmo com as controvérsias, ou talvez por causa delas, o Kneecap parece ocupar um espaço cada vez mais relevante no cenário musical e político contemporâneo.
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Stephanie Hahne
A banda que Tom Morello considera o Rage Against the Machine da nova geração