Bad Bunny: quando o marketing vira mapa e a música, território

Bad Bunny ganhou um prêmio importante no Cannes Lions 2025.

Não teve I.A. envolvida e não foi com um clipe milionário ou uma campanha tradicional.

Foi com um convite à caça. Um quebra-cabeça virtual, uma carta de amor geolocalizada e uma experiência que transformou seu novo disco em território. Ao invés de anunciar a tracklist como qualquer outro artista, Benito espalhou coordenadas por Porto Rico. E cada faixa do novo álbum só pôde ser descoberta por quem embarcou nessa expedição cultural. 

Bad Bunny queria que o mundo inteiro desse um passeio por Porto Rico antes mesmo de ouvir o disco DeBÍ TiRAR MáS FOToS.

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No Google Street View, fãs do mundo inteiro começaram a mapear a ilha em busca dos títulos escondidos em murais, paredes, placas de rua e sofás esquecidos em calçadas. O marketing virou geografia emocional.

E fez uma baita homenagem ao seu país. 

A campanha “Tracking Bad Bunny”, criada pela DDB Latina para a Rimas Entertainment, levou o Grand Prix em Entertainment for Music, e não foi por estética. A campanha capturou o espírito de uma nova fase na relação entre música, território e fandom: um projeto que não só celebrou Porto Rico, mas também ativou desejo global em cima do orgulho local.

Enquanto muitos ainda apostam em reels coreografados ou filtros de Instagram, Bad Bunny apostou na curiosidade, na imersão e na relação com o lugar. Mais do que pré-saves e plays, ele gerou uma movimentação cultural: mais de 180 milhões de pessoas exploraram a ilha virtualmente. E mais do que views, gerou valor simbólico. As buscas por Porto Rico cresceram 350%, e cada canto da ilha virou uma possível capa de disco.

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Esse tipo de campanha não vende só música.

Vende pertencimento. 

É um exemplo raro de como a indústria fonográfica, que tantas vezes automatiza seus lançamentos com fórmulas enlatadas, pode se reinventar usando ferramentas simples, mas com sensibilidade.

Google Maps, Spotify e uma boa dose de identidade.

Foi um jogo digital de detetive, mas também uma aula de como enraizar marketing em emoção. Cada clique era uma memória ativada. Cada rua encontrada, uma faixa revelada. E cada descoberta, uma maneira de fazer o fã se sentir parte do enredo.

Cannes premiou a execução, mas o que realmente brilhou ali foi o entendimento de tempo e espaço. Num mundo em que tudo é descartável, Bad Bunny criou um momento. Um evento global ancorado em um território específico. Fez do mapa uma narrativa, e do marketing, um manifesto de afeto.

Foi bonito de ver e, melhor ainda, de participar.

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Gustavo Giglio

Bad Bunny: quando o marketing vira mapa e a música, território


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