TMDQA! Entrevista: Story Of The Year e o equilíbrio entre a nostalgia e a inovação

Story Of The Year, em imagem promocional
Divulgação

Pouco mais de dez anos após sua última passagem pelo Brasil, o Story of the Year está de volta! Ícone do post-hardcore dos anos 2000, a banda norte-americana retorna ao país em setembro para quatro apresentações imperdíveis como parte da I Wanna Be Tour – com passagem confirmada por São Paulo, onde também faz um sideshow, além de Curitiba e Rio de Janeiro.

A última visita do grupo por aqui aconteceu em 2013, ano que marcou o fim de um hiato de dois anos e a retomada das atividades com força total. Desde então, o Story of the Year vem construindo uma nova fase em sua trajetória, culminando no lançamento de Tear Me to Pieces, seu disco mais recente, que chegou em 2023 com uma sonoridade afiada e emocionalmente intensa.

Em entrevista exclusiva ao TMDQA!, Dan Marsala relembra momentos importantes da carreira, reflete sobre o amadurecimento da banda ao longo dos anos e conta o que o público pode esperar dessa nova visita ao Brasil em um encontro que promete ser tão nostálgico quanto enérgico.

Vem com a gente!

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Story Of The Year na I Wanna Be Tour

Ao lado de bandas como Yellowcard, The Maine, Forfun, Fall Out Boy e muito mais, o Story Of The Year é só uma parte da grande festa que a I Wanna Be Tour vai proporcionar logo logo!

A segunda edição da I Wanna Be Tour terá duas paradas: Curitiba, no dia 23 de Agosto, e São Paulo, em 30 de Agosto, respectivamente no Estádio Couto Pereira e Allianz Parque. Além disso, o Story Of The Year toca também em um sideshow no Rio de Janeiro (27/08 na Farmasi Arena, com Fall Out Boy e Yellowcard) e outro em São Paulo (29/08 no Tokio Marine Hall, com Neck Deep e Yellowcard).

Se você ainda não garantiu o seu ingresso, não vacila e clica aqui! Vale lembrar que o TMDQA! é parceiro de mídia desta edição. Nos vemos lá!

TMDQA! Entrevista Story Of The Year

TMDQA!: Antes de mais nada, Dan, já faz um tempo! Bem-vindo de volta ao Brasil. Para começar: como é estar de volta e se apresentar novamente para os fãs brasileiros, especialmente na I Wanna Be Tour?

Dan Marsala: Cara, primeiramente, obrigado! Estamos muito empolgados, já fazia tempo demais. Eu até comentei numa entrevista recente que não faço ideia do porquê esperamos tanto para voltar. Recebemos muitas propostas ao longo dos anos, mas é sempre difícil acertar o timing, o orçamento… essas coisas, sabe?

Mas estamos realmente animados por finalmente conseguir voltar, e especialmente por fazer parte de uma turnê tão legal e grandiosa. Nunca tocamos em algo tão grande assim no Brasil. Já fizemos algumas turnês enquanto banda, mas isso vai ser diferente – de um jeito muito divertido. Então sim, estamos super empolgados!

TMDQA!: Nos Estados Unidos, festivais icônicos como a Warped Tour sempre serviram como grandes celebrações da música alternativa. No Brasil, historicamente, nunca tivemos um espaço tão contínuo e dedicado a essa cena. Como você enxerga a importância da I Wanna Be Tour em preencher essa lacuna e mostrar que essa cena está mais viva do que nunca por aqui?

Dan Marsala: Cara, isso é muito legal! Eu não sabia que isso era algo tão novo no Brasil. É tipo uma ideia recente por aí, né?

Acho ótimo! A gente está super acostumado com isso aqui, especialmente nos últimos anos. Tem o When We Were Young Fest, por exemplo. E a Warped Tour sempre teve esse papel também.

Os EUA estão agora começando a ter mais festivais assim, mas isso sempre foi uma coisa mais europeia, com eventos como Rock am Ring, Download Festival e tantos outros. Então acho que o resto do mundo está finalmente entrando nessa onda – inclusive a gente.

É algo incrível para a cena, porque torna mais viável para as bandas participarem. Ajuda a cobrir os custos, traz bandas maiores, uma diversidade musical maior… É ótimo para a cena e ótimo para o Brasil. Acho que vai ser um sucesso.

TMDQA!: A energia dos fãs brasileiros é lendária. Existem momentos especiais dos shows anteriores no Brasil que você lembra com carinho? E que tipo de energia você espera sentir do público dessa vez?

Dan Marsala: Nossa, os shows aí sempre foram incríveis. O público é insano, intenso e maravilhoso. A gente já viveu umas situações bem malucas – nem todas boas, tipo alguns promotores esquisitos… Mas isso não importa.

Teve uma vez em que o promotor do show ficava trancando a porta e colocando mais bandas para tocar antes da gente. A gente perguntava: “Já é a nossa vez?” E ele respondia: “Não, espera mais uma hora.” Acabamos entrando no palco às 3 da manhã! Foi o show mais tarde da nossa vida. Talvez isso seja meio normal aí? [risos] Mas foi ótimo. O show foi incrível.

Tem sempre uma vibe muito punk rock por aí, e eu adoro isso. É o que mais curto. Sei que vai ser um pouco diferente agora com este formato, mas mesmo assim, vai ser incrível.

TMDQA!: Em 2023 vocês lançaram Tear Me to Pieces, que teve uma ótima recepção. Quais foram as principais inspirações e temas por trás desse álbum? Tem alguma faixa que se destaca para você, seja por significado pessoal ou desafio criativo?

Dan Marsala: A gente produziu o álbum com o Colin Brittain do Linkin Park, com quem, inclusive, estamos colaborando novamente em novas músicas. Fazia tempo que não lançávamos um disco, e sabíamos que queríamos capturar o sentimento, as vibrações dos nossos primeiros dias, especialmente da época do Page Avenue.

O Colin foi ótimo em nos orientar. Ele dizia: “Olha, isso é legal, mas não soa como o Story of the Year que o público conhece.” Ele nos trouxe de volta à nossa essência, à energia mais jovem, mais crua.

Acho que Tear Me to Pieces é nosso melhor trabalho desde o Page Avenue – talvez o melhor de todos. A faixa-título é pesada, rápida, melódica… tudo ao mesmo tempo. É uma música muito boa.

Gosto muito de “Afterglow”, especialmente pela letra. É uma canção sobre meus filhos, sobre ser pai e também estar numa banda – esse equilíbrio de vida. Tem muitas letras e momentos marcantes nesse disco. Fico feliz de ainda poder fazer música. É incrível.

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TMDQA!: O Page Avenue completou recentemente 20 anos e continua ressoando fortemente com os fãs. Tem alguma memória ou história curiosa daquela época que você gostaria de compartilhar? Algo que ainda te surpreende sobre a longevidade desse álbum?

Dan Marsala: Foi uma época completamente maluca! Um dos momentos mais importantes foi quando saímos em turnê com o Linkin Park em 2004.

Foi nessa época que “Until the Day I Die” começou a tocar nas rádios. A KROQ, em Los Angeles, ouviu que estávamos com o Linkin Park e devem ter imaginado: “Ah, essa banda deve ser legal então.”. Aí começaram a tocar a música, o que fez com que o resto do país também começasse a tocar.

Isso impulsionou tudo. E nossa gravadora na época era a Maverick Records, que era da Madonna, acredita? Era tudo muito surreal. Éramos jovens, vivíamos na estrada. Hoje ainda tocamos bastante, mas agora temos filhos, outras responsabilidades… É outro momento, mas aquele período foi mágico e inesquecível.

TMDQA!: A I Wanna Be Tour traz um sentimento de nostalgia para muitos fãs, mas a cena atual também está produzindo muito material novo e relevante. Quais são os desafios de equilibrar essa nostalgia com músicas inéditas, tanto para a banda quanto para a experiência do público? Como vocês lidam com isso?

Dan Marsala: Esse é um ponto importante e algo que realmente nos preocupa.

A gente não quer depender apenas das músicas antigas. É incrível ter essa conexão com faixas como “Until the Day I Die” ou “Anthem of Our Dying Day”, mas fazemos questão de continuar lançando coisas novas e boas.

Tear Me to Pieces é um exemplo disso, e já temos um novo disco pronto – ainda vai demorar um pouco para sair, mas está gravado. Continuamos criando porque é isso que nos move. As músicas antigas são a base, mas queremos manter o ritmo, continuar relevantes. Nem sempre sabemos como equilibrar perfeitamente, mas seguimos tentando. E achamos que as duas coisas são importantes.

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TMDQA!: E essa é a deixa perfeita para a próxima pergunta que preparei: e depois da I Wanna Be Tour e do ciclo do Tear Me to Pieces, o que vem por aí para o Story of the Year?

Dan Marsala: Caraca, realmente! [risos] Como comentei, o novo álbum já está gravado. Ainda estamos na fase de mixagem, mas provavelmente lançaremos um single até o fim do ano.

As músicas novas estão incríveis. Não posso falar muito ainda, porque nem a gente tem todos os detalhes definidos, mas estamos com várias turnês marcadas – nos Estados Unidos, na Austrália no ano que vem… E, se tudo correr bem, talvez voltemos ao Brasil no ano que vem também. Estamos com bastante impulso e em plena atividade. Está sendo ótimo.

TMDQA!: Por fim, represento um site chamado Tenho Mais Discos Que Amigos. Não podíamos perder a chance de perguntar: você também se considera alguém que tem mais discos do que amigos? E se pudesse escolher um álbum para representar vocês da banda, qual seria?

Dan Marsala: Tenho muitos discos – principalmente CDs antigos – mas também tenho muitos amigos. Conheci muita gente nesses 25 anos de estrada. Então diria que tenho mais ou menos a mesma quantidade dos dois! [risos]

Sobre um disco que me representa… É difícil, mas vocalmente meu álbum favorito é Slave to the Grind do Skid Row. Pode parecer engraçado, já que é uma banda de hard rock dos anos 80, mas o Sebastian Bach é meu vocalista favorito.

No nosso universo, acho que Through Being Cool do Saves the Day foi extremamente importante para a nossa sonoridade. A gente vinha do nu metal, do punk, hardcore melódico… E esse disco estava bem no meio, trazendo o lado emocional do emo junto ao pop punk. Ele nos ajudou a encontrar o nosso som.

TMDQA!: Incrível! Dan, muito obrigado pela conversa. Foi ótimo falar com você. Até breve!

Dan Marsala: Valeu! Obrigado! Até mais!

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Eduardo Ferreira

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