Clara Lima lança “As Ruas Sabem” e reafirma compromisso com suas origens

Depois de mais de uma década de caminhada entre batalhas de rima, coletivos, palcos e lançamentos, Clara Lima retorna às ruas que moldaram sua arte com um novo álbum que não pede licença: As Ruas Sabem.
O disco, lançado recentemente nas plataformas, é o sétimo da carreira da MC da zona norte de Belo Horizonte e soa como um reencontro com suas raízes. Em 12 faixas conectadas por um discurso potente, a artista entrega sua forma mais direta, madura e visceral.
“O álbum nasce como um manifesto”, diz Clara. E é exatamente assim que ele se apresenta: como um grito coletivo vindo de quem nunca teve o privilégio do silêncio. O trabalho aborda, com lirismo e contundência, a linha tênue entre revolta e esperança, entre fé e frustração, entre seguir e desistir. E escolhe, em todas elas, continuar.
Nova fase de Clara Lima
Desde os tempos de destaque nas batalhas do Duelo de MCs até sua passagem marcante pelo coletivo DV Tribo — onde dividiu espaço com Djonga, FBC, Hot e Oreia —, Clara nunca deixou de estar atenta ao que acontece nas esquinas da vida. Mas em As Ruas Sabem, ela faz mais do que observar: ela relata, reflete e devolve à rua tudo o que aprendeu com ela. “É de onde vim, por onde andei. Cada passo dado em falso, caminhos que errei. É tudo o que eu sou. As ruas sabem. Eu sei”, declara.
O álbum é tecido por várias mãos, mas guiado por uma só direção: a da verdade. Participam nomes como Sant, Mac Júlia, Smile, James Ventura, Dalsin, Vietnã e o ativista Galo de Luta — este último emprestando sua voz para um interlúdio na faixa “Tudo ou Nada”. A produção, que varia de beatmakers consagrados a novos talentos como Madre Beats, Coyote Beats, DJ Cost e Carla Arakaki (também DJ da artista), cria uma base que respeita a tradição do rap, sem abrir mão da originalidade.
As Ruas Sabem também se espalha para além do som: a estratégia de lançamento ocupou as próprias ruas. Intervenções urbanas, pixos e murais marcaram o caminho do disco até o público, em uma ação que resgata a essência do hip hop como movimento vivo, visual e físico.
O nome do álbum foi pichado em um muro na Vila Borges, zona oeste de São Paulo, pelo pixador Tex, em foto da própria Carla Arakaki. A contra-capa, assinada pela fotógrafa Beatriz Galvão, retrata crianças da quebrada de Clara, testemunhas de sua caminhada e parte dela.
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Felipe Mascari
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