D$ Luqi transforma revolta em arte e lança o potente manifesto “A Odisséia do Neguinho Violento e Vingativo”

D$ Luqi
Foto: Reprodução

Lançado no dia 8 de agosto, o novo álbum de D$ Luqi não chega para ser apenas mais um disco. A Odisséia do Neguinho Violento e Vingativo é um murro no estômago, um grito que reverbera da margem para o centro. Com uma estética agressiva e uma narrativa direta, o projeto se coloca como manifesto sonoro sobre identidade, sobrevivência e revolta.

“Esse álbum tem muitas camadas. É basicamente a minha vivência, minha história, minha luta. Eu tinha muita coisa engasgada, sentimentos reprimidos, pensamentos que nunca foram ouvidos”, explica Luqi ao TMDQA!. Na contramão de discursos pasteurizados do mercado, ele entrega um disco que não suaviza o que é violento e transforma essa força em matéria bruta de arte.

A sonoridade do álbum mergulha no hard trap, mas transita com naturalidade pelo funk e pelas atmosferas drumless, em faixas que mais parecem trilhas para um ritual. Com beats que evocam sirenes, distorções e texturas industriais, o disco constrói um ambiente urbano sufocante.

Visualmente, o projeto amplia esse universo com referências a zines punk, lambe-lambes, colagens VHS e a crueza do grunge. “Sempre fui envolvido com música. Durante a adolescência, tive banda de garagem. Foi o nu metal que me fez a ponte pro rap”, conta o artista. A mistura de influências do rock ao underground do trap, ele cria uma identidade sonora que é, ao mesmo tempo, única e coletiva.

Rap como confronto

Mais do que contar sua história, Luqi quer provocar desconforto e, para isso, ele aposta na fricção como estética. “Não há mudança sem revolta. Quanto mais o tempo passa, mais eu sinto o peso da responsabilidade de cativar tanta gente. Se eu consigo fazer eles dançarem, também consigo fazer eles refletirem”, explica.

A contundência das letras se alia a uma estrutura pensada como roteiro. Cada faixa é uma peça que se encaixa em uma narrativa densa, com crescente intensidade emocional e política. “Eu não queria que houvesse ruído na mensagem. Com o passar do álbum, as temáticas vão ficando mais densas até chegar no ápice da coisa toda, que é a última faixa.”

D$ Luqi emerge de Duque de Caxias com mais de 100 milhões de streams e uma estética própria que mistura dor, espiritualidade e acidez. Depois de marcar território com dois discos impactantes em sequência, ele já mira os próximos passos com a mesma inquietação criativa que o moldou.

“Eu sou como os meus instrumentais: uma metamorfose ambulante. Muito provavelmente, o próximo projeto vai ter uma vibe totalmente diferente desses últimos. Mas a mensagem segue. Se pelo menos uma semente germinar, eu já tô feliz.”

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Felipe Mascari

D$ Luqi transforma revolta em arte e lança o potente manifesto “A Odisséia do Neguinho Violento e Vingativo”


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