Beats by Dre, Oasis e o poder das Collabs entre música e futebol
Post escrito em colaboração com Nina Shimazumi.
Nina é da área de comunicação e marketing de entretenimento e trabalha há mais de cinco anos com Music Business.
Semana passada, a Beats by Dre lançou uma nova campanha estrelada por Cole Palmer, jovem promessa inglesa que vem brilhando com a camisa do Chelsea. Mas nada de dribles em Stamford Bridge ou gols no último minuto. No filme,“Cold Palmer”, como é apelidado, aparece patinando numa pista de gelo, em silêncio, usando os fones da marca.
O slogan “Some play, others glide” (Alguns jogam, outros deslizam) é preciso, quase poético:
A trilha sonora também foge do óbvio: Your Sweet Love, de Lee Hazlewood, reforça a suavidade e confiança na narrativa. Em tempos de vídeos acelerados e campanhas “gritadas”, a Beats aposta no minimalismo para destacar o estilo e a frieza de um atleta que tem tudo para dominar o futuro da Premier League (e das campanhas publicitárias).

É mais um exemplo do casamento bem sucedido entre música, esporte e marcas. Um tripé poderoso que conecta emoção, performance e cultura e que vem sendo explorado com cada vez mais sofisticação.
Um outro case brilhante que faz sentido compartilharmos aqui na coluna?
O retorno do Oasis, impulsionado, ironicamente, não por um empresário ou selo musical, mas pelo Manchester City.
Para quem acompanha a rivalidade fraterna entre Liam e Noel Gallagher, fãs declarados dos Citizens, tudo começou como uma piada no Twitter: “Se o City ganhar a Champions League, a gente volta com o Oasis.” O time venceu e o mundo (dos fãs) parou.
Em 2023, após 15 anos separados, os irmãos anunciaram o retorno da banda com uma turnê mundial que estreia em Cardiff em julho de 2025 e passa pelo Brasil em novembro (dias 22 e 23, com ingressos já esgotados em São Paulo e no Rio).

Mas a sacada de mestre veio depois: em setembro de 2024, o Manchester City, a PUMA e o Oasis anunciaram uma collab oficial, celebrando os 30 anos do álbum Definitely Maybe com uma camisa temática batizada de Definitely City. Noel Gallagher assinou o design e ainda estrelou a campanha ao lado de Pep Guardiola. Os jogadores usaram a camisa em jogos oficiais da temporada 24/25, transformando a peça em um símbolo de orgulho cultural para fãs da banda, torcedores e colecionadores.

O lançamento foi acompanhado por uma linha de roupas com bucket hats (clássico do Liam), moletons e camisetas, além de um filme promocional recriando a capa icônica do disco. O resultado? Sold out em poucos dias no Reino Unido e revenda inflacionada em plataformas como StockX. Itens ainda podem ser encontrados no site oficial, mas em Libras, o que significa preços pouco acessíveis para os brasileiros, mesmo os mais fanáticos.

Esse tipo de campanha não apenas cria desejo, mas gera pertencimento. É conteúdo, produto e história tudo ao mesmo tempo.

Segundo dados da Nielsen Sports, campanhas que cruzam música e esporte geram um aumento médio de 21% na associação de marca e 18% na intenção de compra quando comparadas a ações isoladas. Já o Spotify Fan Study de 2024 apontou que 75% dos jovens de 18 a 34 anos preferem marcas que colaboram com artistas ou times que eles admiram. Estamos falando de awareness com afeto. De identidade cultural transformada em item colecionável.
E o mais importante: são movimentos com timing e verdade. Porque não se trata apenas de “usar” a cultura pop como palco, mas de fazer parte dela.
No fundo, essas collabs mostram que estamos diante de uma nova lógica no marketing musical e esportivo. Não é mais sobre patrocinadores. É sobre personagens, narrativas e símbolos. Sobre como uma camisa pode carregar a história de uma banda e um clube ao mesmo tempo. Ou como um comercial silencioso pode gritar autenticidade.
Afinal, alguns jogam, outros deslizam. Mas os que realmente vencem… sabem fazer as duas coisas ao som da trilha certa.
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Gustavo Giglio
Beats by Dre, Oasis e o poder das Collabs entre música e futebol
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