Dead Fish na I Wanna Be Tour: Rodrigo Lima fala sobre novas gerações, política e memória

Veteranos do Hardcore nacional, o Dead Fish chega ao line-up da I Wanna Be Tour para representar uma vertente distinta do evento, que aposta mais fortemente no Emo e no Pop Punk.
Para Rodrigo Lima, vocalista da banda capixaba, o convite foi recebido com entusiasmo e fez muito sentido. “Acho genial, porque demonstra sensibilidade do festival em misturar estilos. No fim das contas, é tudo Punk e Hardcore, só que cada um com um discurso diferente. Eu fico feliz de estar aqui, um senhor de 50 anos, mas ainda conseguindo ser aderente a essa cena. Isso me deixa muito contente de verdade”, afirmou o músico em entrevista ao TMDQA!.
Rodrigo destacou que o intercâmbio entre gerações é parte essencial da história da banda e também um desafio saudável, já que ele aprecia muito “esse choque de público”.
É desafiador. É carinhoso e desafiador ao mesmo tempo. O papel do Dead Fish sempre foi provocar reflexão. Não estamos no palco apenas para agradar, mas também para desafiar, causar curiosidade e expor o público a algo diferente.
Com mais de 30 anos de carreira, o grupo já atravessou diversas fases da cena independente brasileira. Questionado sobre o legado da banda, Rodrigo reflete:
Nosso legado é a nossa obra, primeiro, e depois a persistência em não se curvar quando poderíamos ter feito isso. Acho que serve de inspiração para algumas pessoas. Jogamos o jogo em diferentes momentos, mas conseguimos manter um ethos, uma linha de conduta. Isso me deixa muito feliz. Espero que as próximas gerações entendam que podem fazer as coisas do jeito delas também.
Dead Fish hoje
O mais recente trabalho do Dead Fish é o álbum Labirinto da Memória, lançado em 2024. Para Rodrigo, o disco mergulha em lembranças pessoais e coletivas. “Quis trazer muito da memória brasileira e sul-americana, de uma vizinhança nos anos 80, de um pai alcoólatra, da estrutura econômica da época,” ele conta. O músico ainda reflete: “Talvez ele não tenha tido a mesma aderência do Ponto Cego, mas é um disco importante para mim”.
Além do Brasil, a banda ainda leva sua turnê para Portugal neste ano, onde tem público consolidado desde os anos 90.
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O novo Hardcore
Sobre o espaço para novas bandas de hardcore e o papel político da música, Rodrigo é enfático:
Acho que todo estilo pode – e deve – ter postura política. Seja no Samba, no Funk, no Punk ou no Piseiro. Nem sempre vai vir da forma que o Dead Fish faz, mas tudo é político, até quem prefere falar só de amor. O Punk e o Hardcore sul-americano estão muito bem, obrigado, com novas bandas surgindo. O público precisa abrir os olhos e prestar atenção nisso.
E, falando em outros ritmos, o vocalista do Dead Fish ainda jogou uma ideia ousada na mesa: que a próxima edição da IWBT tenha uma atração de Rap. “Acho que o Rap atual tem um discurso muito diferente do que tinha no início, e dialoga muito com o Emo. O importante é misturar, confundir, abrir o leque”, ele completa.
Com discurso afiado e energia inabalável, o Dead Fish chega à I Wanna Be Tour reafirmando sua relevância na cena, pronto para dialogar com novas gerações e mostrar que o Hardcore segue mais vivo do que nunca.
I Wanna Be Tour
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Stephanie Hahne
Dead Fish na I Wanna Be Tour: Rodrigo Lima fala sobre novas gerações, política e memória