“Disco mais legal que a gente já fez”: BRAZA renova energias em “Baile Cítrico Utrópico Solar”

Foto por Patrícia Soransso

Um hiato não planejado e mais de oito anos de estrada prepararam o BRAZA para este momento. Hoje, dia 6 de junho, a banda carioca lança seu quarto disco de estúdio, o aguardado Baile Cítrico Utrópico Solar — e sim, tem um conceito bem interessante por trás desse título grande.

Em um papo com o TMDQA! na véspera desse lançamento, Danilo Cutrim (guitarra e voz), Nícolas Fassano (bateria), Pedro Lobo (baixo e voz) e Vítor Isensee (teclados, samplers e voz) compartilharam o processo criativo que resultou em um trabalho que celebra a amizade, a natureza e a potência da esperança — sem perder a provocação que sempre marcou a identidade do grupo.

“A gente decidiu que era um bom momento pro BRAZA dar uma respirada,” relembra Vítor ao falar sobre a pausa da banda. No final de 2023, o grupo anunciou que se afastaria dos palcos por um tempo, enquanto três de seus integrantes (Vítor, Danilo e Nícolas) se dedicavam à turnê de reunião do Forfun. Isensee completa:

Foi muito importante esse ano sem tocar, pra criar um distanciamento saudável. Acho que depois que você passa 8 anos ali muito envolvido, é natural que às vezes você perca um pouco o fio da meada, né? Então a sensação é de renovação mesmo.

BRAZA imerso entre cachoeiras e cadernos

De acordo com os integrantes, o processo de composição de Baile Cítrico Utrópico Solar foi marcado por imersões em regiões de natureza, como Saquarema (RJ) e o Sítio Paraíso de Gaia (MG).

“Foi um processo bastante coletivo de criação. Isso agrega muito no resultado final,” afirma Nícolas, que também destacou que, apesar de cada um da banda ter uma aptidão específica no processo de criação, neste disco todo mundo fez de tudo. “Foi um resultado de muita entrega, cumplicidade e amizade.”

Pedro completa:

Nesse disco, a gente tentou resgatar essa unidade de banda. […] Um abre o caderno, o outro pega o violão, o outro grava. A gente se mistura, se junta. Todas as músicas surgiram nas imersões. Acordando junto, dormindo junto, cozinhando junto. Isso engrandece o processo.

Baile Cítrico Utrópico Solar

Guiados pela espontaneidade, o BRAZA chega com uma sonoridade que mistura influências do reggae, raga, rap, dancehall e elementos da música brasileira que sempre estiveram em seu som. Tudo isso, é claro, sem abrir mão da modernidade, o que eles atribuem em grande parte a Iuri Rio Branco, produtor do disco.

Já o título, segundo o grupo, é a definição perfeita desse álbum. O nome nasceu da escuta coletiva entre a banda e, também, de trocas com o artista gráfico Vagner Donas, que está assinando todo o projeto visual do novo trabalho. Em um bate bola entre os quatro, cada um explicou o que cada palavra do título significa no storytelling desse disco.

“O ‘baile’ é esse encontro festivo com a dança, que é a proposta do BRAZA desde o início,” explica Danilo. Isensee completa: “O ‘cítrico’ traz o frescor, mas também a acidez: uma provocação.”

“A utopia é o lado propositivo, a possibilidade real da construção de um mundo melhor”, acrescenta Nícolas. E Pedro finaliza: “O solar é a alma do álbum, da energia, do calor humano.”

Colaborações dos sonhos

As participações especiais de Josyara, Ponto de Equilíbrio, Pump Killa e Ragg coroam a proposta do disco.

“Quando fizemos a música com o Ponto de Equilíbrio, já colocamos o nome deles na letra antes mesmo de convidar,” diz Danilo, rindo. O músico conta que trabalhar com a banda, a qual descreve como uma das maiores bandas de reggae do mundo, sempre foi uma vontade no BRAZA.

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Sobre Josyara, ele confessa:

Sou muito fã, então criei essa distância entre fã e ídolo, achei que era impossível rolar essa parceria. Quando ouvi ela tocando pela primeira vez, fiquei completamente encantado. Então nunca pensei que fosse rolar. E rolou.

Danilo ainda conta que quem teve a “cara de pau” de chamar a cantora para o disco foi Nícolas, e que ela aceitou logo de primeira.

Era pra ser.

O baile está armado

Ao fim do nosso papo, pedimos para que cada membro do BRAZA apontasse sua canção favorita do disco. Não foi uma tarefa exatamente difícil, já que a banda está atualmente ensaiando para sua nova turnê e teve tempo de sobra para entender qual faixa bate mais forte.

Ficou assim…

Vítor: “‘Aos Poucos Eu Vou’, que é uma música que traz vários momentos diferentes, ela surpreende. Não tem muita fórmula, sabe? Ela vai para uns lugares meio inesperados. E quase ficou de fora, mas foi transformada pela produção do Iuri Rio Branco.”

Danilo: “‘Bem Devagar’ é para mim a letra mais sensível, mais bonita do disco. É uma música que falar sobre a ideia do tempo, do tempo das coisas, e que tem coisas que provavelmente você vai querer acelerar na tua vida, mas tudo tem um tempo. Você vai ter que esperar, vai ter que ser paciente.”

Pedro: “‘Vai Dar Bom’, com o Ponto de Equilíbrio, uma reggaezão clássico. A gente já fez muito disso, mas nessa pegada eu acho que a gente ainda não tinha feito. Tem a fórmula do BRAZA, mas vai além.”

Nícolas: “‘A Massa’, é uma música que tem a energia do ao vivo e sintetiza essa troca que a gente tem com o público.”

Bem, Baile Cítrico Utrópico Solar já está no mundo pra gente ouvir e, daqui a pouco, o BRAZA vai levar seu baile para vários lugares do Brasil. A turnê começa no dia 5 de julho, em Vila Velha (ES), e você já pode conferir todas as datas clicando aqui.

Ouça o disco logo abaixo. No canal do YouTube da banda, também é possível assistir aos clipes de todas as músicas do álbum — vem com a gente.

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Stephanie Hahne

“Disco mais legal que a gente já fez”: BRAZA renova energias em “Baile Cítrico Utrópico Solar”


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