“Eu sou oceano”: Mar.iana fala ao TMDQA! sobre bastidores de seu novo disco

Mar.iana

Do amor ao autoconhecimento, Mar.iana tem trilhado uma jornada de dentro pra fora.

Depois de estrear com o álbum Amar, que mergulhava no amor-próprio como forma de cura, a cantora carioca dá um passo além com Oceano, um trabalho que reflete seu amadurecimento pessoal, emocional e artístico. “Eu descobri que sou um universo inteiro dentro de mim”, ela diz, em tom sereno, mas certeiro.

É nesse novo mergulho que a artista encontra sua voz mais plena e segura, pronta para transbordar em cada faixa.

Lançado com colaborações de nomes como Maneva, Atitude 67, Califfa e Simão, Oceano combina o frescor ensolarado do Pop praiano com uma vibe mais urbana, sem abrir mão da leveza e da espiritualidade que sempre marcaram sua música. É um disco que fala de fé, de conexão, de seguir em frente mesmo nos dias mais nublados – e que traduz, em som, o equilíbrio entre firmeza e fluidez que ela vem construindo na vida.

Em um papo exclusivo com o TMDQA!, Mar.iana compartilha os bastidores dessa nova fase: as parcerias que nasceram de encontros espontâneos, a emoção de regravar músicas que marcaram sua infância, os planos para um DVD inédito e os aprendizados que vêm junto com a vontade de fazer música com verdade.

Confira!

TMDQA! entrevista Mar.iana

TMDQA!: De onde vem tanto mar? E onde tudo isso vai desaguar?

Mar.iana: Eu estou me acostumando a dizer, com o lançamento desse álbum, que de “[a]mar” eu descobri que eu sou “oceano”. Porque eu acho que passei de uma visão limitada para um todo, sabe? Com o tempo, fui me descobrindo, me estudando, vendo o que eu gosto e principalmente o que eu não gosto. E com isso vou descobrindo quem eu realmente sou. Hoje estou muito centrada em mim, com minha família muito próxima e pessoas que eu amo muito. Eu tenho uma base de apoio muito grande, e sou muito feliz com todo mundo que está ao meu redor, o que faz eu me sentir muito centrada e segura. Eu não preciso de nada para ser inteira, a não ser eu mesma. E tudo que vem é para transbordar.

Nisso, eu descobri que eu sou Oceano, porque antes eu me limitava muito em crenças, em coisas, e hoje eu descobri que é muito além: esse muito além de mar, de só uma praia – um oceano inteiro. Eu me adentrei muito para trazer esse álbum.

TMDQA!: Além de mar, também tem muito sol nas suas músicas. Qual é o lugar desse tipo de música ensolarada em meio aos dias tempestuosos que temos vivido?

Mar.iana: Eu sou o tipo de pessoa, desde sempre, que tenta enxergar soluções e o lado bom dentro do caos. Tem até uma frase que as pessoas costumam postar em mensagens motivacionais, que é sobre “aprender a dançar no meio dos cacos”. Tanta coisa acontece, às vezes, só que eu tenho muita fé.

Eu sou uma pessoa de muita, muita, muita fé na vida, no universo. E acredito que o que tem pra ser é pra ser. Quando a gente tá alinhado com quem a gente é e com a nossa verdade, a gente atrai exatamente o que é pra ser nosso. Então eu sempre tento olhar pro lado bom de todas as situações, por mais que ela seja ruim ou estranha, ou que haja caos, fragilidade, angústia, ansiedade. Eu acredito de verdade que tudo que eu faço vai ser recompensado, porque eu trabalho muito pra chegar onde eu quero, e sou muito de verdade. E acho que ser de verdade vai atrair exatamente as pessoas certas pra ouvirem minhas músicas, gostarem de mim, acompanharem meu trabalho, e isso faz meus dias serem mais leves.

TMDQA!: Como você escolheu as participações especiais do disco, e como foi a experiência de trabalhar com cada uma delas?

Mar.iana: É engraçado porque todas as participações do disco foram muito naturais, não que tenham sido fáceis. A primeira foi o Simão. Ele participou do meu camping de composição, compôs algumas músicas comigo pro álbum, e a gente já tinha combinado de fazer uma música junto – inclusive já escrevemos outras, antes, mas nada que tivesse batido muito. E quando a gente escreveu essa, a Tanto, tanto, eu falei: “Cara, acho que essa é a música! O que você acha?”, e ele: “Pô, tô dentro!”. Era pra ser, sabe?

Depois veio a música do Maneva, que já estava escrita um pouco antes, e desde o primeiro momento ficava martelando na minha cabeça: “Mano, isso aqui é a cara do Maneva. Eu já conhecia os meninos, não tão próximo, mas a gente já se conhecia. A gente tá num mesmo grupo de amigos, já fui em show deles várias vezes, já tínhamos sido apresentados, estamos na mesma gravadora. Quando eu mandei a música pra eles, eu falei: “Cara, eu só consigo pensar em vocês, não consigo pensar em outra pessoa pra fazer parte disso aqui. E essa música é uma bomba, não tem como eu cantar isso sozinha, eu preciso de vocês!” E eles amaram, não quiseram mudar nada, não quiseram inserir nada. Acho que a música tava pronta, pra mim e pra eles.

Tem que fazer sentido pros dois lados, né? Afinal um feat. É uma soma. E eles gostaram, se viram no som. E eu fico pensando toda hora em como é ter uma música com eles. Às vezes eu entro no clipe, ouço a música direto. Porque eu sou muito minha fã, também, afinal eu batalho muito por isso. E eu fico assim: “Caraca, mano, eu tenho uma música com o Maneva!”. É muito surreal!

E aí depois veio o Atitude 67, falando na ordem em que as coisas foram acontecendo. Eu lembro que quando estava escrevendo a música, ouvindo, alguém falou “Cara, essa música é a cara da Atitude”. E eu: “Mano, quê isso!? É muito!”. Desde então, eu não conseguia pensar em outra coisa. Uma ou duas semanas depois, a gente se encontrou num evento do Spotify. Eu não tinha sido apresentada a eles nem tinha o contato, mas já tava pensando em chamar no Instagram, dar meu jeito, então não desperdicei a oportunidade. Me apresentei e falei: “Eu tenho uma música que, pelo amor de Deus, é a cara de vocês”. Aí eu mandei e eles falaram: “Pô, tamo dentro. A música é a nossa cara mesmo!”. E também não mudaram nada na música. Isso me faz me sentir muito feliz, porque pra um artista como eles, como Maneva, como Simão, não mudarem nada na música, é porque eu fui muito certeira, então pensei: “Cara, era pra ser!”.

Agora, falando sobre o Califfa, a gente escreveu essa música juntos. Acho, inclusive, que foi a primeira música que eu escrevi pro álbum. E, no final, a música pronta, a gente: “Caraca, mó musicão! Que isso!” Eu queria fazer uma pegada um pouco mais urban, saindo um pouco do pop praia, que é o meu estilo e sempre vai ser. Mas ficou urban e ao mesmo tempo solar. Então quando a gente terminou de escrever a música eu cheguei pro Califfa e falei: “Pô, tu bem que podia participar”. Ele falou “Tô dentro” e eu: “Pô, esqueeeece!”. Então tudo foi muito pra ser, muito orgânico, não tinha como ser outra coisa a não ser o que foi.

TMDQA!: O que une e diferencia o novo álbum, Oceano, do anterior, Amar?

Mar.iana: Eu acho que uma palavra muito boa para identificar ambos é “maturidade”. Não que eu não fosse madura antes, mas eu estava ainda passando por transições. E o Amar veio muito do amor-próprio, era muito sobre amor, seja pelo outro, seja por si mesma. E o amor é cura. Inclusive isso está em uma frase da minha música com o Maneva. E o amor me curou, mas eu ainda esto no processo de cura, Agora que eu descobri quem eu sou, essa é uma Mar.iana ainda mais madura, com mais pé no chão. Então agora o novo álbum não é sobre amor, é sobre mim. Óbvio que eu estou cheia de amor para dar e receber, para sentir por mim mesma. Inclusive a pessoa que eu mais amo na vida sou eu mesma. Mas agora vem desse lugar de inteireza.

TMDQA!: E que outras novidades estão por vir? Pode adiantar alguma coisa pra gente?

Mar.iana: Daqui a pouquinho nós vamos lançar uma versão Deluxe do álbum, com duas músicas inéditas, uma delas um feat muito importante, que vai ser muito importante para a minha carreira. É uma hora muito importante da minha vida, como pessoa e como artista. E está vindo uma outra música também. A segunda inédita desse Deluxe traz uma referência ao Armandinho, que é simplesmente a minha maior inspiração, que fez eu querer tocar violão e viver de música desde os 10 anos de idade.

Também estamos com uma agenda de shows que vai para vários lugares, já trazendo o novo álbum e as principais do trabalho anterior. E já estou me organizando para fazer o meu primeiro audiovisual em breve. Esse sempre foi o meu sonho e agora, com tantos feats. importantes e tanta coisa acontecendo, eu sinto que chegou o momento.

TMDQA!: O seu disco anterior teve uma música muito bem sucedida. Há alguma pressão para emplacar um novo hit nesse álbum? Você está apostando muito em alguma música específica?

Mar.iana: É muito difícil falar sobre alguma música específica, porque algumas das músicas já trazem uma energia diferente, eu não vou nem dizer de hit, mas que eu acredito que tem uma pegada que a galera pode se identificar mais. Mas isso é muito difícil de saber hoje em dia, porque a gente está sendo muito surpreendido ultimamente. Saber o que as pessoas vão gostar está cada vez mais difícil, porque tem muita coisa acontecendo, então eu sei o que eu acho, mas não sei o que as pessoas acham.

Eu estou gostando muito da gente com Califfa, e acho que é uma música que vai ser muito bem recebida por todo mundo. Tem “O Sol, a Lis e o Beija-Flor”, que é uma regravação do Edu Ribeiro, então, como muita gente já conhece, eu acho que vai atingir em cheio a memória afetiva coletiva. É uma música que, quando eu ouço, não tem uma vez que eu não arrepio. Ela me traz uma sensação muito boa e eu tenho vontade de ficar escutando o dia inteiro. Tem também as parceiras com Maneva e Atitude 67, “O que é teu te encontra” e “Gelada”, mas essas já foram lançadas e já estão na boca do povo!

TMDQA!: Pra finalizar, gostaria de deixar algum recado para os nossos leitores?

Mar.iana: Todos os pássaros têm capacidade de voar, mas eles só fazem isso quando movimentam a asa. Então, o movimento é tudo. Nunca deixar de acreditar. E eu espero muito, muito, muito que vocês todos gostem do meu álbum, que eu fiz com muito carinho, amor e toda a dedicação. Valeu!

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Stephanie Hahne

“Eu sou oceano”: Mar.iana fala ao TMDQA! sobre bastidores de seu novo disco


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