Festival Novabrasil 25 Anos celebra gerações e encontros históricos no Parque Villa-Lobos

Neste sábado, dia 29, os 25 anos da rádio Novabrasil foram celebrados em grande estilo no Parque Villa-Lobos, em São Paulo. Com mais de vinte artistas num lineup totalmente dinâmico, nomes que marcaram e ainda marcam gerações passaram pelo palco. A curadoria ficou nas mãos de Seu Jorge, estrela maior do festival, que participou de 16 dos 28 encontros musicais da noite e embarcou com sua produtora Black Service.
O conceito resultou em um evento ágil, sem intervalos longos e embalado por uma tarde ensolarada de 31° C graus.
Com uma banda fixa no palco, a proposta permitiu que cada artista apresentasse pequenos recortes de seus repertórios antes de chamar o próximo convidado, criando um fluxo contínuo e surpreendente de colaborações. Essa dinâmica conduziu o público por mais de oito horas de música. Neste ano, o Festival Novabrasil foi apresentado por Elo, apoiador incondicional da música brasileira.
Antes da maratona de encontros, o festival abriu às 13h com o projeto O Novo Sempre Vem, reunindo vozes da nova cena brasileira. Julia Mestre, Ana Frango Elétrico, Ana Morais, Fitti, Malú Lomando e Filipe Toca apresentaram seus repertórios autorais, antecipando o clima de renovação que marcaria toda a noite.
A curadoria do festival foi feita por Seu Jorge, que falou com o TMDQA! sobre a escolha dos artistas e parceria.
“A Black Service nunca tinha pego uma coisa desse tamanho, dessa magnitude, pela responsabilidade. Mas, graças a Deus, eu desfrutei do carinho e da amizade de todos esses músicos que passaram aqui no palco, que estavam prontamente não só para vir fazer esse som aqui comigo, mas para valer o som para a rádio, com a rádio, pela importância que ela tem profundamente nas nossas vidas como artistas. E foi maravilhoso […] porque gratidão é uma coisa que você não paga, você passa para a frente. E eu estou vendo essa gratidão chegando através desses artistas, através da presença deles e também do público, e essas interpolações, sem ser necessariamente um show de cada um e com todo mundo tocando junto.“
Encontros que reacenderam clássicos
O primeiro bloco do Festival Novabrasil foi, sem exagero, um desfile de momentos históricos. Começou com energia total com Arnaldo Antunes, que colocou o Parque Villa-Lobos para cantar “Comida” e “A Casa É Sua”, antes de receber Ana Frango Elétrico para a explosiva “Pra Não Falar Mal”, começando muito bem a programação. Em seguida, o artista puxou “Já Sei Namorar”, cantada em coro, e chamou Zélia Duncan ao palco para dividir “Alma”, outro sucesso.

Zélia continuou entregando emoção e protagonizou outro grande encontro ao chamar Seu Jorge para cantar “Catedral”, momento que arrepiou a plateia inteira com a visível admiração de Zélia pela voz grave de Seu Jorge. Depois, seguiu com “Enquanto Durmo” e recebeu Paulinho Moska, com quem cantou “Carne e Osso”, em uma interpretação afetuosa. Moska, então, abriu espaço para Leo Jaime, que animou o público com “A Fórmula do Amor”, antes de Julia Mestre subir ao palco para uma interpretação delicada de Cazuza, “Eu Preciso Dizer Que Te Amo”.
A tarde seguiu com mais encontros marcantes. Xande de Pilares levou o público do riso ao choro ao homenagear Arlindo Cruz com “O Show Tem Que Continuar”, acompanhado por Seu Jorge, e depois fez o parque balançar com “Tá Escrito”. O compositor ainda chamou ao palco a ganhadora de Grammy Latino 2025, Luedji Luna, em um encontro cheio de ancestralidade quando os dois cantaram “Banho de Folhas”. Luedji seguiu e trouxe força ao cantar uma de suas canções do álbum vencedor na categoria Álbum de Música Popular Brasileira/Música Afro-Portuguesa Brasileira, Um Mar Pra Cada Um, com “Ioiô” e retornou para dividir “Apocalipse” com Seu Jorge, em uma das interpretações mais intensas do bloco.
Chico César e Alceu Valença
Logo depois, quem assumiu o palco foi Chico César, que completa 30 anos de seu primeiro álbum Aos Vivos. O compositor que marcou gerações de artistas negros transformou o festival em um grande coral uníssono. Ele começou com “Mama África” ao lado de Seu Jorge, criando um dos momentos mais politicamente fortes e musicalmente envolventes da tarde. Em seguida, emocionou com “Deus Me Proteja”, cantou “À Primeira Vista” e “Estado de Poesia”, até chegar ao ápice de seu set: o encontro com Alceu Valença em “Cabelo no Pente”. A entrada de Alceu foi recebida com aplausos imediatos, criando uma interação rara e de grande beleza, unindo Nordeste e Paraíba em pura celebração.

Com Alceu já em cena, o festival subiu a temperatura. Ele deu início ao seu set com “Como Dois Animais”, seguido por “Girassol / Belle de Jour” e “Tropicana”, sucessos que incendiaram o público. Sua apresentação atingiu o auge quando chamou Seu Jorge para cantar “Anunciação”. A música virou um coro, em um dos pontos mais marcantes do dia.
O encerramento do primeiro bloco ficou nas mãos do Falamansa, que transformou o Villa-Lobos em um forró ao ar livre. O público cantou, dançou e sorriu ao som de “Xote da Alegria”, “Confidências”, “Cem Anos”, “Asas”, “Xote dos Milagres” e “Não Vou Mais Chorar”. A banda ainda recebeu Filipe Toca para “Esperando na Janela / Nosso Xote / Colo de Menina”, elevando ainda mais a celebração. Para fechar em absoluto alto astral, eles puxaram “Rindo à Toa”, deixando a plateia em clima de quero mais quando o bloco terminou.
Segunda parte da festa
O segundo bloco começou em grande estilo com Jorge Vercillo, que está celebrando 30 anos de carreira em 2025. Muito à vontade no palco, o cantor abriu sua participação com “Final Feliz”, recebendo imediato reconhecimento do público, que cantou em coro cada verso. Logo depois, trouxe um dos encontros mais animados do festival ao dividir “Que Nem Maré” com Seu Jorge, em uma parceria afinada e cheia de vibração. Ele ainda embalou o público com “Monalisa” e “Melhor Lugar”, até chamar Seu Jorge novamente para “Quem Não Quer Sou Eu”.
A potência feminina negra ganhou protagonismo logo em seguida com Luciana Mello, trazendo elegância e força vocal. Antes de iniciar o repertório, a artista emocionou o público ao lembrar que começou na música ainda muito jovem, acompanhando o pai, Jair Rodrigues, um dos maiores cantores da história do Brasil. Ela abriu seu set com “Simples Desejo”, seguida de uma interpretação intensa de “Sufoco”, que arrancou aplausos longos e sentidos da plateia. Em seguida, protagonizou um dos encontros mais bonitos da noite ao chamar Miguelzinho para cantar “Só Quero Te Namorar”. A troca geracional entre os dois foi calorosa e simbólica, unindo legado e renovação em um dueto repleto de afeto.

Miguelzinho permaneceu no palco e trouxe novas camadas à celebração. Primeiramente, recebeu Malú Lomando para cantar “Alguém Me Avisou”, criando um momento de beleza simples e intimista. Logo depois, dividiu “Não Deixe o Samba Morrrer” com Paula Lima, dando início à transição perfeita para a entrada da cantora.
Com presença marcante, Paula Lima assumiu o palco trazendo todo o seu suingue. Ela abriu com “Meu Guarda-Chuva” e colocou o público para cantar com “Nem Luxo, Nem Lixo”, antes de dividir “Quero Ver Você no Baile” com Seu Jorge, em uma performance cheia de energia. Foi o início da sequência que mostrou a força das vozes femininas negras no festival.
A seguir, foi a vez de Alcione, a Marrom, entrar no palco com autoridade absoluta. Com uma presença magnética, ela entregou interpretações impecáveis de “Você Me Vira a Cabeça” e “Meu Ébano”, e o momento mais arrebatador de seu set veio com “Juízo Final”, ao lado de Seu Jorge. A combinação das vozes dos dois foi uma das performances mais emocionantes do festival, arrancando gritos e aplausos de todos os cantos do Parque Villa-Lobos.

Representantes do Pop Rock Nacional
O palco se abriu para um dos encontros mais aguardados da noite com Samuel Rosa, revisitando grandes momentos de sua trajetória. Ele trouxe uma sequência de sucessos como “Dois Rios”, “Ainda Gosto Dela”, “Rio Dentro do Mar” e “Vamos Fugir”. Um dos ápices da sua participação foi a parceria com Seu Jorge em “Não Tenha Dó”, seguida do encontro muito aguardado com Nando Reis em “Resposta”, composição feita entre os artistas que virou um sucesso na voz de Samuel.
Com o clima de celebração no ar, Nando Reis assumiu seu set com uma sucessão de faixas que marcaram a música brasileira: “O Segundo Sol”, “Cegos do Castelo”, “Por Onde Andei” e “Do Seu Lado”.

Em seguida, Paula Toller trouxe sua voz marcante e, ao lado de Seu Jorge, entregou uma interpretação vibrante de “Fixação”. Com o coro da plateia, revisitou sucessos como “Lágrimas e Chuva” e “Pintura Íntima”. Para fechar sua participação, reuniu-se novamente com Seu Jorge em “Felicidade”, criando um clima leve e afetuoso.
Quem encerrou o bloco e assumiu o festival até o final foi Seu Jorge, com seu show solo, nesse último momento vestido em black tie. Carismático e com domínio total do palco, o artista levou o público a uma viagem pela própria carreira, cantando seus maiores sucessos, como “Mina do Condomínio”, e novas de seu álbum mais recente, Baile à lá Baiana, ao lado de Peu Meurray, “Gente Boa Se Atrai”. O astro ainda surpreendeu com “É Isso Aí”, fruto se sua parceria com Ana Carolina, que não estava no roteiro. Além de um momento emocionante ao chamar sua filha, Flor, para cantar “Pra Melhorar”.

A festa chegou ao fim com “Burguesinha”, deixando a energia alto astral no Parque Villa-Lobos.
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Liz Sacramento
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