Governo Trump manda apagar homenagem a ativista retratado no filme “Milk – A Voz da Igualdade”
Você se lembra de Milk – A Voz da Igualdade (2008)? O filme, estrelado por Sean Penn e dirigido por Gus Van Sant, conta a história real de Harvey Milk, o primeiro político abertamente gay eleito para um cargo de relevância na Califórnia, em 1977.
Ícone na luta pelos direitos da comunidade LGBTQIAPN+, Milk enfrentou uma onda de preconceito e violência nos Estados Unidos da década de 1970. Com uma atuação política marcada pela coragem, ele foi eleito para a Câmara de Supervisores de São Francisco, um marco não só para a Califórnia, mas para toda a história dos direitos civis no país.
Seu legado foi reconhecido com diversas homenagens ao longo das décadas. Em 2009, por exemplo, ele recebeu postumamente a Medalha Presidencial da Liberdade, uma das maiores honrarias dos EUA. Já em 2021, teve seu nome eternizado em um navio da Marinha norte-americana: o USNS Harvey Milk, referência direta ao seu passado militar, quando atuou como instrutor de mergulho durante a Guerra da Coreia.
Em 2025, no entanto, em pleno Mês do Orgulho LGBTQIAPN+, o governo dos EUA determinou que o nome de Harvey Milk seja removido do navio. A decisão, extremamente incomum na história do país, faz parte de uma série de medidas da administração Donald Trump para revogar políticas de diversidade, equidade e inclusão no governo. Segundo o Secretário de Defesa, Pete Hegseth, a ideia é “reviver os valores guerreiros” nas Forças Armadas.
Quem foi Harvey Milk?
O próprio Harvey Milk sofreu na pele a homofobia institucional das Forças Armadas. Sua carreira militar foi interrompida depois que superiores o flagraram em um parque frequentado por homens gays, o que foi suficiente para ele ser exposto publicamente e gerar uma dispensa não honrosa da Marinha.
De volta à vida civil, Milk se tornou um dos líderes mais importantes da comunidade. No bairro Castro, em São Francisco, fundou uma associação de comerciantes LGBTQIAPN+ e transformou sua loja de câmeras fotográficas em comitê de campanha. Sua atuação política foi fundamental para aprovar leis que proibiam a discriminação por orientação sexual.
Infelizmente, sua trajetória foi interrompida de forma trágica. Menos de um ano após assumir o cargo de supervisor, Milk foi assassinado a tiros dentro da Prefeitura de São Francisco, junto com o então prefeito George Moscone. O autor foi um ex-colega de Conselho, Dan White, que alegou estar em depressão e agiu “no calor da paixão”.
White foi condenado por homicídio culposo, o que gerou uma onda de revolta na comunidade LGBTQIAPN+, entrando para a história como um dos episódios mais revoltantes do sistema judiciário estadunidense.
O filme Milk
A história de Harvey Milk ganhou as telas em 2008, com o filme Milk – A Voz da Igualdade, que foi um sucesso de crítica e de público. O longa recebeu oito indicações ao Oscar, vencendo nas categorias Melhor Ator (Sean Penn) e Melhor Roteiro Original. Até hoje, o filme é uma referência quando o assunto é representação LGBTQIAPN+ no cinema e nos movimentos sociais.
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Filipe Rodrigues
Governo Trump manda apagar homenagem a ativista retratado no filme “Milk – A Voz da Igualdade”
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