Hitster: 100 anos de sucessos musicais na sua mesa!

Por aqui, na minha coluna “Kill Your Logo”, gosto de explorar como a música e o marketing se entrelaçam para transformar bandas em marcas… e marcas em cultura.

E poucas ideias recentes traduzem tão bem esse encontro quanto o Hitster, novo jogo da Asmodee, “sua festa em uma caixa”… E eu, como um nerd assumido e apaixonado por boardgames, cartas e TCGs, achei que valia a pena trazer por aqui.

Além de um jogo, onde nossa trilha sonora favorita vira o campo de batalha, está uma jogada que interessa, e muito, à indústria da música: dar às bandas e às suas canções um palco inesperado, capaz de reacender catálogos inteiros.

Algumas músicas não envelhecem, viram tatuagens invisíveis na memória.

Basta um acorde para você ser transportado de volta a um passeio antigo, a um quarto com pôsteres ou a uma noite de festival que mudou sua vida (sim, eu tenho todas essas lembranças engatilhadas facilmente). Hitster entendeu esse poder e o colocou em cima da mesa, literalmente.

Aqui, a nostalgia não é passatempo; é gatilho de risadas, provocações e debates acalorados. O tabuleiro vira pista de dança da memória: da MPB que embalou o rádio da sua infância aos refrões que explodiram no TikTok na semana passada, cada carta é um convite a lembrar, ou descobrir, quando aquele refrão conquistou o mundo.

Mas o grande diferencial está na mecânica: escaneie o QR code, deixe a música tocar os primeiros acordes e arrisque o ano de lançamento. E é nessa simplicidade que mora a genialidade. Em tempos em que os algoritmos escolhem a trilha da sua vida em silêncio (já escrevi sobre isso por aqui), Hitster devolve à música o que ela sempre teve de mais humano, a experiência coletiva. De repente, o que importa não é o acerto exato, mas o instante que aquela canção revive e as histórias que vêm junto.

Mas o que parece só um jogo é, na verdade – além de diversão garantida – um empurrão estratégico para toda a engrenagem musical.

Para as bandas, é marketing vivo: cada rodada reativa catálogos, coloca clássicos e lados B de volta ao radar e apresenta faixas antigas a ouvidos que nunca as ouviram. Para os compositores, selos e editoras, é uma máquina de redescoberta, cada stream acionado no jogo pode gerar receita, prolongar ciclos de vida e provar que a música não precisa estar em um lançamento para continuar gerando valor.

No Brasil, o setlist acerta em cheio: 30% de faixas em português misturadas a sucessos internacionais que costuram gerações e estilos. É um karaokê competitivo com pitadas de trivia, um laboratório de memórias onde “lembrar o ano” vira arte e cada disputa é combustível para um tipo de alegria que nenhuma playlist solitária consegue reproduzir.

Hitster vai além de reforçar um portfólio de party games, captura algo raro, o instante em que a memória se transforma em festa, a cultura pop deixa de ser apenas consumo para virar jogo, celebração e, sobretudo, negócio.

Eu adorei!

Pra quem se interessar, segue o link.

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Gustavo Giglio

Hitster: 100 anos de sucessos musicais na sua mesa!


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