Lançamentos nacionais: Ramon Valdez, Lívia Mattos e Gabriel Araújo

A banda Ramon Valdez lançou nas plataformas digitais o EP Realidade Aumentada, que traz duas canções inéditas: “Relaxa” e “Descansa e Devaneio”.

A primeira faixa conta com guitarras preenchidas com sintetizador, contrabaixo e bateria bem ritmados em um ritmo quase hipnótico, já a segunda carrega uma pegada Punk e letra crítica em relação a polarização política.

Antes da chegada do compacto, o grupo havia liberado as músicas “Linda Viva Vida” e “Quando Não Estou, Tem Céu”, que também fazem parte do lançamento.

Lívia Mattos

Acordeonista, cantora e compositora, a baiana Lívia Mattos apresentou ao público o single “Ndoukahakro”, que estará em seu terceiro álbum, Verve.

O lançamento sucede a estreia de “Caucaia” e se equilibra entre letra e improvisos, característica central do trabalho da artista, que vem focando em um repertório dividido em cerca de 50% de canções e 50% de instrumentais.

Gravada por Lívia no acordeon/voz junto com Jefferson Babu na tuba e Rafael dos Santos na bateria, “Ndoukahakro” costura a musicalidade afro-baiana com referências do chabbi argelino e a poética da senegalesa Senny Camara, que acrescenta a sonoridade única da kora e seus improvisos vocais.

A canção nasceu de uma experiência marcante na aldeia que dá nome à faixa, localizada a mais de três horas de Abidjan, na Costa do Marfim, onde a sanfoneira tinha ido se apresentar, como Lívia conta:

“Fui tomada por uma emoção daquelas que você não sabe de onde vem e que transborda. Chorei muito, sem entender bem por quê. Ao mesmo tempo em que sentia familiaridade com muitos lugares da Bahia, havia também uma distância – pela complexidade política, étnica, religiosa e linguística”.

Gabriel Araújo

Natural de Campos dos Goytacazes, no interior do estado do Rio de Janeiro, Gabriel Araújo lançou o EP visual Lugar em parceria com Vita Evangelista, artista multidisciplinar e pesquisador transmasculino.

O material conta com um curta-metragem em fábula roteirizada e dirigida pelo cineasta também de Campos, atravessando vídeo, instalações, mídias digitais, escrita e ativismo LGBTQIAPN+ e antirracista.

Filmado entre ruínas coloniais, usinas abandonadas, centros de reciclagem e zonas costeiras em erosão na zona Norte Fluminense, o projeto investiga os rastros do capitalismo tardio, do racismo ambiental e da exaustão ecológica, tensionando o colapso como matéria viva, como Gabriel explica:

“Na hora de falar do filme, a prioridade era colocar uma mensagem que trouxesse reflexão. Então escolhemos algumas locações aqui na região de Campos, que têm algumas ruínas. Na nossa ideia, estamos contando a história de um futuro – que não é tão distante – distópico.”

“Os erros do sistema tornam-se linguagem estética criando camadas de distorção e instabilidade que espelham os atravessamentos do colapso”, completa Vita.

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