O dia em que Maria Bethânia foi indiciada por porte ilegal de arma de fogo
Uma das maiores cantoras da MPB, Maria Bethânia tem muitas histórias conhecidas por sua base de fãs e pelo público em geral. No entanto, um caso bastante inusitado parece ter ficado conhecido pela maioria das pessoas apenas agora.
Nesta quinta-feira (29), viralizou no X/Twitter uma thread revelando como a cantora foi indiciada pela polícia no passado por porte ilegal de arma de fogo. Como você pode conferir ao final da matéria, a série de publicações começa contando que Bethânia mora em São Conrado, no Rio de Janeiro, há quase meio século:
“Faz 40 anos que Maria Bethânia mora na estrada das Canoas, em São Conrado, bairro nobre da zona sul do Rio de Janeiro. Ali, é comum que os moradores contratem seguranças particulares, principalmente pela proximidade com a [favela] Rocinha.”
Na sequência, o autor da thread citou Adevan Barbosa Lourenço, que ao menos na época era segurança da artista e que chegou a ser preso pois os policiais não acreditaram que Bethânia teria posse de arma:
“Durante uma patrulha de rotina na estrada das Canoas, PMs abordaram Adevan Barbosa Lourenço em frente à residência de Bethânia. Ele portava um revólver calibre 38, municiado com seis balas, e não tinha documentação que autorizasse o porte da arma. Ele explicou aos PMs que era segurança particular da cantora, e que a arma pertencia a Bethânia – e que ele somente a usava durante o serviço. Adevan foi preso em flagrante, principalmente porque ninguém acreditou naquela história. Bethânia ser dona de um 38. Adevan afirmou que Bethânia emprestava a arma para ele, quando em serviço – e reafirmou que a arma era dela. Acontece que, para surpresa geral, quando chega a documentação do ferro, viram que a arma realmente era da Bethânia! [risos] Por qualquer razão, Bethânia comprou o revólver em 1997 e fez tudo direitinho pra registrar a arma.”
Maria Bethânia foi indiciada por porte ilegal de arma de fogo
O perfil na rede social, em seguida, explicou alguns parâmetros da lei que complicaram as coisas para o lado da irmã de Caetano Veloso:
“Mas em 2003 entrou em vigor o Estatuto do Desarmamento, que tornou o registro de 1997 irregular. Com a Lei nº 10.826/2003 – Estatuto do Desarmamento, os proprietários de armas de fogo adquiridas antes da nova legislação, como um revólver comprado em 1997, tinham algumas obrigações e opções para regularizar sua situação – e parece que Bethania não fez isso.
Antes do Estatuto do Desarmamento, era muito simples comprar uma arma. As propagandas, inclusive, chocam, porque colocavam armas de fogo como elementos simplórios do cotidiano, como as férias em família ou a mesinha de cabeceira. Para vocês terem uma ideia… Com a Campanha do Desarmamento, que começou em 2004, o governo federal registrou a entrega de mais de 440 mil armas de fogo até outubro de 2005, superando a meta inicial de 80 mil armas.
E Bethânia não fez o recadastramento obrigatório – nem fez a entrega voluntária com anistia. E mesmo que tivesse recadastrado a arma, ela não adquiria automaticamente o direito de porte (muito menos emprestando a um terceiro). Naquela noite de 05/06/2015, Adevan foi preso em flagrante, libertado logo em seguida mediante fiança paga por Bethânia.”
Por fim, o indiciamento de Bethânia e seu segurança particular foi inevitável, apesar da cantora negar que emprestava a arma para Adevan:
“Depois, o MP [Ministério Público] do Rio de Janeiro denunciou ambos por porte ilegal de arma de fogo (art. 14 do Estatuto), com pena de 2 a 4 anos de reclusão e multa. Uma das questões discutidas era se Bethânia realmente emprestava a arma ao segurança – o que ela sempre negou – ou se Adevan pegava a arma na casa e usava sem conhecimento da cantora.
Particularmente, não vejo a Bethânia chegar todo o dia e dizer, ‘toma o 38, Adevan’. E aqui, vou deixar vocês na mão: O processo tramitou na 31ª Vara Criminal do Rio e é quase impossível saber que que deu (se alguém souber, me fala). Obviamente Bethânia e Adevan não foram condenados, porque nós saberíamos.”
Imagina?! A conta no X/Twitter ainda destacou que “em casos semelhantes, especialmente quando os réus são primários e não há agravantes, é comum que a Justiça opte por penas alternativas como prestação de serviços comunitários ou pagamento de multas, em vez de prisão”. Que história!
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Gabriel von Borell
O dia em que Maria Bethânia foi indiciada por porte ilegal de arma de fogo
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