Ordem Natural volta após 11 anos com “Vol. II”, com um mergulho em lirismo e conexão com a rua

Ordem Natural
Foto: Divulgação

Onze anos separam Ordem Natural Vol. I e a nova obra do trio formado por Lum, Gato Congelado e DJ Makô. Na última sexta-feira (8), o grupo retornou com Ordem Natural Vol. II, um álbum que não apenas dá continuidade à sua discografia, mas também condensa sensações, vivências e inquietações acumuladas ao longo de mais de uma década.

É um trabalho que dialoga com a nova escola do rap brasileiro, mas preserva a estética e a filosofia que sempre marcaram sua trajetória: crítica afiada, lirismo profundo e conexão real com a rua.

O projeto reúne participações de peso como Zezé Motta, Rincon Sapiência, Síntese, Laylah Arruda e Xarope MC, e conta com colaborações de produtores como Pizzol e Iuri Rio Branco.

Ao longo das faixas, o grupo constrói uma narrativa que transita entre a introspecção e a ironia, entre a espiritualidade e a celebração. Canções como “Até Ficarmos Altos”, “Oração” e “Nem Lembro Quantos Rios Cruzei” (com Síntese) mergulham em atmosferas existenciais e contemplativas, enquanto “No Telhado” e “Pobre Rico” usam o sarcasmo como instrumento de crítica social. Já “Coração”, dividida em três atos e com sample de Coração de Estudante, de Milton Nascimento, ganha contornos de hino geracional. O encerramento, com “Madeira de Lei”, é uma celebração de vida, ancestralidade e resistência.

Boom bap como linguagem

Produzido majoritariamente por Lum, com contribuição de Pizzol, o álbum mantém o boom bap como eixo sonoro, mas o subverte com liberdade estrutural. Longas passagens instrumentais, silêncios calculados e arranjos detalhistas fazem com que o beat se torne tão narrador quanto as próprias vozes. É uma abordagem que valoriza a escuta atenta, convidando o ouvinte a “escutar com o corpo inteiro”, como define o próprio grupo.

Essa atenção ao detalhe não é novidade para o Ordem Natural, mas aqui se expande em maturidade e propósito. O trio, que carrega na bagagem passagens por coletivos como Quinto Andar e Subsolo, reafirma seu papel como guardião de uma tradição lírica e ao mesmo tempo como agente de renovação estética no rap nacional.

Para marcar a chegada do álbum, o grupo estreia um espetáculo inédito, concebido para potencializar no palco o impacto das rimas e dos beats. É a fusão da força bruta do microfone com a intensidade das bases, algo que Lum, Gato Congelado e DJ Makô dominam com maestria. O formato é pensado para preservar a essência que os tornou referência: uma arte que nasce do asfalto, mas dialoga com a filosofia, a espiritualidade e a ancestralidade.

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Felipe Mascari

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