Os 10 melhores filmes do século XXI segundo o New York Times
O universo cinematográfico passou por diversas transformações nos últimos 25 anos. Pensando em quais filmes conseguiram resistir ao teste do tempo, o The New York Times se dedicou a um novo projeto ambicioso: eleger os 100 melhores filmes do século XXI até agora.
O prestigiado veículo de comunicação convidou mais de 500 nomes influentes da indústria cinematográfica, incluindo diretores, atores e profissionais influentes de cinema para participar da votação e ajudar a definir a lista completa.
Entre os votantes estavam nomes como Pedro Almodóvar (Dor e Glória), Guillermo del Toro (A Forma da Água), Sofia Coppola (Encontros e Desencontros), Barry Jenkins (Moonlight), Julianne Moore (Para Sempre Alice), Mikey Madison (Anora), além de Pamela Anderson (The Last Showgirl), John Turturro (Faça a Coisa Certa) e mais.
A seguir, confira o Top 10 do ranking, junto aos comentários do New York Times que expressam a opinião do veículo sobre cada obra. Você pode conferir também a lista completa com 100 filmes por aqui.
Os 10 melhores filmes do século XXI segundo o New York Times
10 – A Rede Social (2010), de David Fincher
“Menos uma biografia do que uma evisceração, a história de origem hipnoticamente desfavorável e muitas vezes brutalmente engraçada de David Fincher sobre Mark Zuckerberg (Jesse Eisenberg) e a criação do Facebook começa com um homem e uma mulher se separando.
Ao final do filme, o homem é o bilionário mais solitário do mundo, clicando compulsivamente em atualizar sua página do Facebook. Quando ‘A Rede Social’ estreou, parecia uma versão quase cruel de uma clássica história de sucesso americana. Considerando como as mídias sociais remodelaram radicalmente o mundo, o filme agora parece quase pitoresco — e nem de longe cruel o suficiente.”
9 – A Viagem de Chihiro (2002), de Hayao Miyazaki
“O conto de fadas da adolescência desenhado à mão por Hayao Miyazaki é a ‘Alice no País das Maravilhas’ da nossa era. Personagens inesquecíveis continuam a sair de uma casa de banhos mágica abandonada — o caldeireiro e seus espíritos de fuligem, o espírito mascarado Sem-Rosto, Haku, o menino-dragão, e, navegando por tudo isso, a corajosa Chihiro, cujos pais desavisados foram transformados em porcos por uma bruxa.
Unindo lindamente as preocupações do mestre animador — a corrupção da natureza pelo homem, a perda da inocência, criaturas intimidadoras que não são o que parecem — ‘A Viagem de Chihiro’ é uma aventura fascinante com poucos pares na animação ou em qualquer outro lugar.”
8 – Corra! (2017), de Jordan Peele
“Quando Chris (Daniel Kaluuya), o herói do surto de Jordan Peele, visita os pais de sua namorada branca, fica óbvio que algo está errado. A mãe dela é estranhamente vigilante, o pai constrangedoramente subserviente. Chris logo descobre que a família e seus amigos são traficantes de escravos modernos transplantando cérebros brancos em corpos negros.
Com humor mordaz, timing perfeito e controle soberbo, Peele — fazendo uma estreia fantástica na direção — mobiliza as convenções do gênero para um filme que é ao mesmo tempo um thriller eletrizante sobre os horrores da supremacia branca e uma paródia implacável de uma América pós-racial.”
7 – Brilho Eterno de uma Mente Sem Lembranças (2004), de Michel Gondry
“Às vezes, surge um filme tão incrivelmente inventivo e maravilhosamente estranho que você se pergunta se sonhou com ele. Dirigido por Michel Gondry a partir de um roteiro de Charlie Kaufman, este sonho se aventura muito além de sua essência de comédia romântica. Kate Winslet e Jim Carrey interpretam um casal separado que opta por apagar as memórias de seu relacionamento. O filme — igualmente lúdico e devastador — enfatiza o quão fortemente essas memórias, mesmo as terríveis, nos moldam.”
6 – Onde os Fracos Não Têm Vez (2007), de Ethan Coen e Joel Coen
“‘Qual foi o maior prejuízo que você já teve no cara ou coroa?’, pergunta o assassino ameaçador Anton Chigurh (Javier Bardem) a um dono de posto de gasolina, que não sabia que ia arriscar a morte naquele dia. Chigurh beira o sobre-humano ao percorrer este thriller policial neowestern que os irmãos Coen adaptaram do romance sangrento de Cormac McCarthy sobre violência e destino. Longos trechos não têm música nem diálogos — são apenas homens se esforçando para não morrer. Mas, como diz um personagem: ‘Você não pode impedir o que está por vir’.”
5 – Moonlight: Sob a Luz do Luar (2016), de Barry Jenkins
“O peso deste delicado drama só se faz sentir no final, mas quando chega o desfecho, é impressionante. Barry Jenkins nos conduz com maestria pela vida de um homem negro gay, interpretado em diferentes idades por Alex Hibbert, Ashton Sanders e Trevante Rhodes. ‘Moonlight’ é sobre tudo o que é preciso para fazer de você quem você é. É sobre a beleza e o amor que surgem em seu caminho, o que você abraça e o que não abraça. E, em última análise, é sobre se sentir um pária, mas encontrar paciente e silenciosamente o caminho de volta para casa.”
4 – Amor à Flor da Pele (2000), de Wong Kar-Wai
“Logo após um jornalista (Tony Leung) e uma secretária (Maggie Cheung), ambos casados com outras pessoas, se mudarem para o mesmo prédio lotado de Hong Kong em 1962, eles se cruzam em câmera lenta hipnotizante. Faíscas não voam; elas ardem lentamente. Elas continuam queimando no romance arrebatadoramente belo e elegíaco de Wong Kar-wai, no qual ele inscreve o desejo em cada olhar e palavra não dita. Aqui, a curva sensual das costas de uma mulher se torna um emblema de desejo, enquanto os fios de fumaça do cigarro de um homem expressam a dor da impermanência da vida.”
3 – Sangue Negro (2007), de Paul Thomas Anderson
“A obra-prima de Paul Thomas Anderson sobre sangue e petróleo, homens e seus deuses, começa no final do século XIX com um garimpeiro americano, Daniel Plainview (um imponente Daniel Day-Lewis), sozinho em uma mina profunda, escavando a terra. Ele continua escavando e socando (a terra e outras pessoas) até se tornar um barão do petróleo que devasta tudo e todos.
A direção de Anderson pode deixar qualquer um sem fôlego — a câmera em alta velocidade demonstra as ambições do protagonista e do diretor — assim como as devastações ambientais e espirituais que assombram essa tragédia profundamente americana.”
2 – Cidade dos Sonhos (2001), de David Lynch
“O conto de fadas perverso de David Lynch acompanha a espiral descendente de uma jovem atriz de olhos brilhantes, Betty — uma Naomi Watts reveladora em uma atuação que define sua carreira — que tropeça em um mistério perigoso e labiríntico logo após chegar a Los Angeles.
Repleto de dublês, este é um dos filmes mais sombrios e aterrorizantes de Lynch, e um dos mais emocionalmente devastadores. É também um dos grandes filmes sobre Hollywood, um mundo sombrio e espelhado onde os sonhos se transformam em pesadelos, o que significa que também é uma das obras mais autobiográficas de Lynch.”
1 – Parasita (2019), de Bong Joon Ho
“Uma história sobre ricos e pobres, e uma feroz repreensão às devastações do neoliberalismo, o filme agradavelmente pervertido e perturbador de Bong Joon Ho acompanha uma família desamparada que se insinua em uma família rica. Bong, um mestre do gênero sem convenções, alterna fluidamente entre a comédia ampla e a sátira social contundente, para então incendiar tudo com um paroxismo de violência trágica tão impressionante quanto inevitável.
Quando o filme estreou nos Estados Unidos, Bong era um dos favoritos no circuito de cinema de arte; quando o filme foi lançado, ele já tinha vários Oscars, incluindo o de melhor filme, e o mundo tinha um novo astro.”
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Lara Teixeira
Os 10 melhores filmes do século XXI segundo o New York Times