Som Por Elas: a plataforma que quer virar a chave para mulheres na música 

Foto: Beatriz de Paula

A gente sabe que o Music Business ainda tem uma dívida gigante quando o assunto é equidade de gênero. Onde estão as mulheres nos palcos, nos bastidores, nas cadeiras de poder? Essa pergunta ecoa há tempos, mas agora, uma iniciativa baiana chega com uma resposta prática e de mudança: a Plataforma Som Por Elas.

Do pagode baiano para o mundo: a ideia que virou negócio

Idealizada pelas jornalistas e empresárias baianas Beatriz Almeida e Joyce Melo, a Som Por Elas nasceu de um insight poderoso. Joyce mesmo explica: “Mulheres não acessam oportunidades, contatos e conhecimentos estratégicos no Music Business, sobretudo as mulheres nordestinas e baianas”. Essa lacuna, que muitas de nós já percebemos, foi o combustível.

A história é ainda mais legal: o projeto culminou no “Pagode Por Elas”, que começou como um trabalho de conclusão de faculdade. O foco era o protagonismo feminino no pagode baiano, um gênero onde elas eram quase invisíveis.

De um TCC para uma empresa com diversas ramificações focadas em gestão de carreira, desenvolvimento artístico e comunicação musical; é a prova de que boas ideias, quando bem executadas, viram negócios transformadores.

Conhecimento que abre portas e oportunidades 

Mas o que, de fato, a Plataforma Som Por Elas oferece? Um ecossistema exclusivo para mulheres, com acesso a:

  • Conteúdo Técnico e Prático: Desde os primeiros passos na carreira, passando por identidade artística, até os pulos do gato da distribuição musical e venda de shows. São trilhas completas para quem quer profissionalizar a carreira.
  • Conexão Direta: Networking com profissionais do mercado que realmente fazem a diferença.
  • Oportunidades e Premiações: Aquela mãozinha essencial para acelerar projetos, como aconteceu na fase de testes.

Nomes como Ziati Comazi (produtor/gestor cultural), Ana GB (produtora cultural/artística), Anne Rodrigues (produtora/diretora criativa), Lívia Nery (cantora/produtora musical) e Madu Abreu (marketing digital do Léo Santana) são alguns dos experts que ministram os cursos. 

Acelerando carreiras: o teste que deu certo

A Som Por Elas não chegou de paraquedas. Antes do lançamento, 50 mulheres testaram a plataforma gratuitamente. A ideia era coletar feedbacks e lapidar o produto. Dessas 50, quatro foram premiadas com uma aceleração de carreira que incluiu produção de single, ensaio fotográfico, visualizer e um planejamento de comunicação completo.

A cantora, compositora e dançarina baiana Neftara, uma das contempladas, resumiu bem a experiência: “Foi um espaço de troca, aprendizado e fortalecimento, que me inspirou profundamente”. Isso mostra que a plataforma não entrega só conteúdo, mas também inspiração e comunidade.

O investimento na sua música e no seu futuro

Com 11 cursos já disponíveis, a plataforma tem um custo anual de R$897, ou R$91,28 mensais. Beatriz Almeida destaca que a ideia foi criar uma estrutura sustentável, oferecendo conteúdo de alto valor a preços acessíveis. “Estamos falando apenas do início da nossa jornada, temos projetos grandiosos a serem realizados nos próximos anos”, ela garante.

E para um projeto tão ambicioso e necessário, a gente sabe que o apoio é fundamental. O desenvolvimento da plataforma contou com o Edital Gregórios – Ano IV, e recursos da Fundação Gregório de Mattos, Secretaria Municipal de Cultura e Turismo de Salvador, e da Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura (PNAB), do Ministério da Cultura. Isso significa que a iniciativa tem chancela e apoio público para decolar.

A Plataforma Som Por Elas é um movimento, uma ferramenta potente para diminuir a desigualdade de gênero e empoderar mulheres no Music Business. Elas mostram onde estão as lacunas, quem está agindo e como o conhecimento pode ser o maior equalizador.

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Nina Shimazumi

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