TMDQA! Entrevista: Junior se abre com a Solo Tour

Junior Lima em fotos para a sua nova turnê, Divulgação/Cassia Tabatini
Fotos por Cassia Tabatini

Após anos se reinventando em diferentes projetos, JUNIOR vive um dos momentos mais autorais e expressivos de sua carreira. Em Solo, Vol. 2, ele mergulha de cabeça em suas influências, emoções e experiências – flertando com o rock, experimentando novas sonoridades e, acima de tudo, se permitindo. Em entrevista ao TMDQA!, o cantor e multi-instrumentista falou com entusiasmo sobre o processo criativo do novo álbum, os significados por trás da Solo Tour, a sensação de tocar em festivais como o The Town (dia 13/09, Palco Factory) e a importância da liberdade artística em sua trajetória.

Entre reflexões, memórias e confissões musicais, Junior também revelou qual disco o representa e compartilhou um conselho sincero que daria ao seu “eu” do passado. A seguir, confira o papo completo com um artista que não tem medo de saltar – e que hoje voa com autenticidade.

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TMDQA! Entrevista JUNIOR

TMDQA!: Junior, em primeiro lugar, queríamos dizer que estamos muito felizes com essa oportunidade. Atualmente, você está em turnê promovendo o segundo volume do Solo, e queríamos começar perguntando sobre a faixa Soul e Suor, onde você canta os versos: “Eu só respiro e tô vivo pelo sou e suor / Se não me inspira, eu sigo sem culpa e sem dó” .
Essa frase soa quase como um manifesto. Você diria que ela resume sua filosofia artística e de vida neste momento da sua carreira solo?

Junior: Ah, ela me representa bastante, sim, porque eu acredito muito em fazer o que te representa artisticamente. Eu não sou nada estrategista na hora de criar. É arte pela arte – a ideia que vem. E, ao mesmo tempo, eu realmente só me sinto vivo quando estou empenhado num trabalho, num processo criativo. Tenho essa necessidade muito forte em mim.

Então, essa letra me representa com toda a certeza sim. Sem dúvida.

TMDQA!: Perfeito! O show da turnê Solo é dividido em atos inspirados na estrutura de uma viagem de avião. Como surgiu essa ideia? E de que forma ela se conecta com a narrativa de autoconhecimento e experiências de vida que você explora nas letras?

Junior: Isso foi sendo construído aos poucos. Muitas coisas acabaram acontecendo naturalmente, e aí você começa a perceber que não tem como ser diferente.

Quando a gente estava num camp de composição, sem nem saber se certas músicas entrariam no disco, surgiu uma faixa chamada “Paraquedas”, que falava sobre a falta de controle que eu sentia em direcionar minha vida naquele momento – no auge da pandemia.

Depois, quando pensamos na capa do disco, o designer (sem saber dessa música) trouxe elementos visuais com paraquedas. Falei: “Cara, como assim? Olha isso!”. Então tudo começou a se conectar.
A partir disso, começamos a entender que o salto de paraquedas também era uma metáfora para o próprio projeto. Fazer esse disco foi um salto, um ato de coragem. Eu mesmo já saltei de paraquedas uma vez, e tem aquele momento em que você precisa simplesmente confiar e pular.
E o voo em si representa estar no comando da própria história, direcionando para onde você quer ir. A gente fala isso: “voa!”. Foi aí que juntamos todos esses significados e entendemos que esse era o universo que estávamos criando.

A diretora do show, Nídia Aranha, entendeu completamente o conceito e me ajudou a concretizar isso no palco, ampliando tudo. Foi um processo muito bonito.

TMDQA!: Fenomenal, e muito interessante. Você é um artista que nunca teve receio de experimentar – mesmo quando demonstrava insegurança, você sempre se jogou: do EDM com o Manimal, ao pop, e agora com essa pegada mais rock no Solo, Vol. 2. Todas as vezes que ouvimos você falando sobre esse projeto, é sempre com alegria, com brilho nos olhos, e agora você também se prepara para o show no The Town, no dia 13.
Como você enxerga essa trajetória? Como tem sido para você?

Junior: É uma loucura, né? Fiquei muito animado, muito feliz com esse convite. Quando soube que ia rolar, senti muita felicidade, porque acho que é algo que eu realmente precisava fazer – colocar esse show em um festival como o The Town.

É uma super oportunidade para levar meu trabalho a outros públicos. Ainda é um projeto que está engatinhando, então poder apresentar ele num festival é uma forma de entender como ele se comporta diante de novas plateias. É uma chance de mostrar o show, o repertório, de testar tudo isso num novo cenário.

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TMDQA!: Sobre os dois volumes do Solo: o segundo parece mais coeso, com o rock como elemento central. O que você sentiu que funcionou melhor no V. 2 em comparação com o primeiro? E qual foi sua intenção ao trazer o rock com tanta força nesse trabalho?

Junior: O rock sempre fez parte do que eu gosto de ouvir e de expressar artisticamente. Tive vivências muito ricas com o gênero – com a banda Nove Mil Anjos, por exemplo, com o Peu, o Champignon – e isso me marcou muito.
Então era inevitável que esse universo aparecesse no meu trabalho solo. Quando o repertório estava pronto, dividi as músicas entre o Vol. 1 e o Vol. 2, e percebi que várias faixas mais voltadas ao rock já conversavam entre si. Isso acabou tornando o segundo volume mais coeso, naturalmente.

O que me surpreendeu – e positivamente – foi que até meus fãs mais antigos, que vêm da época de Sandy & Junior, receberam super bem o Vol. 2. Eu achei que eles talvez se identificassem mais com o primeiro, que é mais pop, mas o carinho com o segundo foi grande. Isso me encorajou muito a seguir fazendo o que realmente me representa.

TMDQA!: Muito massa. E se você pudesse mandar uma mensagem para o seu “eu” do passado, o que diria?

Junior: Ah… Paciência. Vai com calma. [risos]

TMDQA!: Junior, por fim – e não podia faltar – eu tô aqui representando o Tenho Mais Discos Que Amigos!. Então a gente precisa saber: você também tem mais discos que amigos?

Junior: [risos] Com certeza! Eu tenho uma coleção, que nem é tão grande assim, mas é que eu sou uma pessoa de poucos amigos mesmo. Minha vida acaba deixando tudo um pouco mais restrito, então tenho poucos – mas ótimos – amigos. E muitos discos.

TMDQA!: E se você pudesse escolher um álbum que te define ou que tenha uma grande importância na sua vida, qual seria?

Junior: Uau… Tem um disco que comprei recentemente numa viagem ao exterior. Encontrei ele numa loja que nem era especializada, mas estava vendendo alguns vinis. Dei de cara com um Greatest Hits do Queen, e fiquei em choque.
Esse foi o primeiro contato que eu tive com a banda, ainda muito moleque, e aquilo abriu um portal na minha cabeça. Com o tempo, perdi o CD original, e cheguei a montar uma playlist com a mesma ordem de faixas para ouvir digitalmente, antes mesmo do álbum estar nas plataformas.

Quando encontrei esse disco em vinil, fiquei muito feliz. Ele está lá, entre os primeiros da minha prateleira. Então acho que vou escolher esse – ele me representa muito.

TMDQA!: Uma escolha maravilhosa, convenhamos! E agora sim, muito obrigado, Junior! Os minutos passaram voando. Que a turnê continue fazendo barulho, sucesso!

Junior: Valeu demais pelo papo, te vejo em um show!

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Eduardo Ferreira

TMDQA! Entrevista: Junior se abre com a Solo Tour


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